Durante o jogo entre os Panthers e os Defining Stars para decidir qual a primeira equipa a dizer adeus ao evento da Comic Con, sentamo-nos com o jogador dos Alientech Tiago "JUST" Moura para falar sobre a Moche TPGO e o seu formato, fazer uma retrospectiva do que foi até agora este ano competitivo para os Alientech e o seu domínio desde Junho, aproveitando também para conversar sobre as equipas de Panthers e Hexagone bem como o futuro desta equipa dos AT.


Tudo pode acontecer como sabemos e não é muito viável ter um mapa de vantagem através de um BO1.
Fraglíder: Vocês chegaram aqui ao evento da TPGO e alcançaram para já o primeiro objectivo, avançar para a final da Winners após vencer os Defs mas foi um jogo bem puxado para os Alientech. Como surgiu a decisão de jogar cobblestone contra os Defining Stars sabendo que é uma equipa que está mais do que à vontade nesse mapa e já recentemente causaram surpresas como o 16:04 contra os YNG Sharks em Penafiel?

JUST: Nós viemos aqui para a Comic Con, ganhamos este primeiro jogo contra os defs com um resultado muito apertado. Eles jogaram bem, nós também não temos treinado cobblestone – não é dos mapas que temos desenvolvido mais neste momento, estamos a trabalhar noutros mapas.

A decisão de jogar este mapa veio do zlynx, ele é que faz os bans e toma a maior parte das decisões mas nós sabemos que o cobblestone é um dos melhores mapas dos defs, optamos por arriscar e o resultado não correu como esperado mas alcançamos na mesma a vitória que é o importante.

Agora aguardamos para que este BO3 acabe para saber se seguimos já para a final com um mapa que vantagem ou se temos de prosseguir na Lower Bracket.

Fraglíder: Precisamente em relação a esse mapa de vantagem de que falas, foi um assunto que já abordamos hoje com o Born depois da sua vitória frente aos Panthers. Ganhar dois BO1s e estar já na final com um mapa de vantagem. Não achas que está a ser colocada muita coisa em jogo num mapa que pode pender para qualquer equipa?

A opinião do Born na altura foi que a vantagem deveria ocorrer de outra forma, que esta vantagem para uma equipa que vence dois BO1s é dar muito. Qual é a tua opinião? Achas que um mapa de vantagem se justifica ou deveria haver outro tipo de vantagem, como por exemplos nos vetos?

JUST: O mapa de vantagem na final que vai ser BO5 justificava-se mais se o jogo da Winners fosse jogado em BO3. Caso fosse jogado à melhor de 3 mapas, o mapa de vantagem para a equipa que venceu e se apurou primeiro para a final era mais justificado.

Com o atual formato, um BO1 acaba sempre por ser um BO1 – tudo pode acontecer como sabemos e não é muito viável ter um mapa de vantagem através de um BO1. Acho que a melhor opção seria mesmo jogar BO3 e ter um mapa de vantagem na grande final para o vencedor.

 


Estamos em todos os torneios para ganhar e temos o potencial para derrotar qualquer equipa que está neste torneio.

Fraglíder: Depois de vencerem o qualificador Ibérico para a Nations Elite Esports Cup, a sorte ditou que vocês entrassem num grupo A que tinha muitos nomes internacionais: GODSENT, LDLC e Windigo, tudo equipas complicadas para vocês. Nestes últimos 3 dias, vocês jogaram 1 BO3 contra cada uma destas equipas em que vocês até se bateram bem mas acabaram por não somar qualquer ponto.

Que experiência retiram desta fase de grupos e achas que as coisas poderiam ter corrido de forma diferente, com vocês a retirar pelo menos uma vitória nas séries que jogaram contra equipas com quem os portugueses habitualmente não lidam em jogos oficiais?

JUST: A experiência que retiramos como equipa deste torneio, visto que os participantes são de um nível superior ao que geralmente estamos habituados foi de que nos maus momentos, a equipa tem tendência em precipitar-se mais, começamos a complicar coisas, começa a ser mais difícil fazermos o nosso jogo habitual, refletindo-se depois nos resultados.

Nós contra os GODSENT no primeiro mapa não tivemos qualquer hipótese, acho que foi cobblestone e levamos 16:05 – foi um mapa com pouca história, não tivemos chances nenhumas. Por outro lado, no cache começamos no lado T – dominamos nesse lado, jogamos bem e estava tudo a correr bem. Começamos a perder rondas que acabariam por influenciar o resultado final mas o nosso maior problema foi mesmo o lado CT – não conseguimos gerir a nossa defesa, não conseguimos defender de forma normal e eles aproveitaram-se disso e acabaram por ganhar.

Depois de analisar estes BO3s que jogamos na NEE, acho que com mais trabalho podemos vir a derrotar estas equipas.

Fraglíder: Primeira metade deste ano de 2017 foi claramente dominada por um lineup dos K1CK (mUt, rmn, horvy, KillDreaMst, million). Desde que vocês adicionaram o Pizituh, após a 4Gamers Lisboa que foi ganha pelos Space Soldiers, vocês foi sempre a abrir em Portugal. Sendo este o último torneio de 2017, é para fechar com chave de Ouro?

JUST: Esperemos que sim, o primeiro jogo foi complicado mas cada jogo é um jogo. Estamos em todos os torneios para ganhar e temos o potencial para derrotar qualquer equipa que está neste torneio.

 


Eles treinando, assim como todos nós, conseguem sempre alcançar o que querem.

Fraglíder: Existem pelo menos duas equipas aqui em Portugal que estão a dar nas vistas e a aparecer, nomeadamente a equipa dos Hexagone Esports e a equipa dos Panthers Esports que tambémestão a crescer. Hexagone que tu inclusive encontraste recentemente na final da Moche LPGO. Que achas destes novos talentos que estão a aparecer em Portugal? Achas que a luta pelo top 1 nacional em 2018 já vai ser mais difícil para vocês?

JUST: Estas duas equipas que estavas a falar, Hexagone e Panthers, na minha opinião a equipa mais forte é a dos Hexagone. Eles têm vindo a melhorar cada vez mais, têm-se destacado e feito resultados bons – têm sido uma equipa difícil de bater. Depois temos os Panthers que tem jovens com 15/16 anos no seu lineup, acho bem que esta malta jogue e é uma espécie de motivação para nós ver estes rapazes a jogar assim. Eles treinando, assim como todos nós, conseguem sempre alcançar o que querem.

Fraglíder: Pensamentos finais deste ano que já está a acabar para dar lugar a 2018. O que podemos esperar dos Alientech para o ano que aí vem e para as grandes competições que se avizinham tal como o já anunciado Moche XL Esports que será o maior torneio de sempre de CS:GO em Portugal?

Esta equipa tem tudo para continuar junta em 2018 e dar continuidade a estes resultados e conquista de troféus, tendo salvo erro conquistado tudo o que participaram desde Julho em Portugal excepto o torneio de Famalicão para os Sharks?

JUST: A nossa equipa têm vindo a destacar-se mais desde Junho, temos vindo a ganhar vários torneios. Eu acredito que para o ano nós vamos continuar juntos e que vamos manter estes resultados em Portugal, tentando participar no máximo de torneios internacionais possíveis ou deste género da NEE.

Queremos bater-nos contra equipas mais fortes para evoluirmos mais lá fora. A Famalicão CS:GO Cup foi até ao momento o único torneio que perdemos mas eu penso que se tivéssemos o nosso lineup completo – e não estou aqui a dizer que a culpa foi do standin ou deixou de ser – se fôssemos nós os cinco com as nossas rotinas, o resultado final poderia ter sido outro.

 


Estamos a treinar para ser uma equipa melhor, estando a dar-nos bem dentro e fora do jogo que é aquilo que no fundo importa.

Fraglíder: Tens algumas palavras que agradecimento que queiras deixar?

JUST: Quero agradecer à minha família pela sua ajuda, estão sempre a apoiar e gostam do jogo – cada vez mais percebem o jogo e apoiam. Queria agradecer também à nossa equipa: zlynx, ZELIN, Pizituh e objective – estamos a treinar para ser uma equipa melhor, estando a dar-nos bem dentro e fora do jogo que é aquilo que no fundo importa. Gostava também de agradecer à Alientech e aos seus patrocinadores, sem eles isto não seria possível. Desejar também um Feliz Natal e boas entradas a todos!

Fraglíder: Muito obrigado JUST e boa sorte para ti e para os Alientech aqui na TPGO!