A Comic Con pode já ter fechado portas mas o conteúdo relativo à Moche TPGO contínua a ser lançado no nosso portal. Antes de falarmos com o Francisco "obj" Ramos da parte dos Alientech que foram os grandes vencedores desta primeira edição da Taça, fomos também perceber junto do Diogo "dixon" Santos os sentimentos da equipa derrotada nesta final.

Este é o 3º segundo lugar para a equipa dos Hexagone em quatro eventos e acabamos a discutir com o mais recente membro desta equipa sobre as falhas evidenciadas ao longo do dia de hoje, os treinos e preparação efectuados pela mesma bem como a posição em que se encontram os Hexagone na atual scene nacional de CS:GO. Fiquem agora à conversa com o Diogo "dixon" Santos!


Pedimos para o pessoal relaxar, fazer o seu jogo e que eventualmente acabaríamos por ganhar.
Fraglíder: A equipa dos Hexagone iniciou o dia de hoje no jogo contra os Panthers. Um jogo inicial que acabou por ser bastante apertado em que vocês acabaram por não banir cache contra a equipa dos Panthers. Quem dentro da equipa tomou a decisão de não banir o melhor mapa dos vossos oponentes e deixar o mesmo prosseguir na primeira fase de bans do veto?

dixon: Num BO3, o pessoal tem de arriscar nos bans. O meu capitão decidiu não banir o cache e sinceramente estávamos à espera de o vencer, nunca nos passou pela cabeça perder o mapa. A nossa entrada no jogo foi muito má, estávamos apáticos mas no lado T conseguimos dar a volta e vencer em cache.

Fraglíder: Continuando no cache, como disseste entraram apáticos e chegaram a estar a perder por 10-0. Em que altura soaram os alarmes dentro da equipa e como é que vocês conseguiram recuperar mentalmente desse défice sabendo que o pensamento dos Hexagone na altura não era propriamente o melhor? Como surgiu a grande reviravolta operada por vocês que permitiu ir do 0-10 ao 16-13?

dixon: Nós demos um pause, penso que foi no 10-1 ou no 10-2. Nesse pause, falamos um bocado – sabíamos que éramos melhores e que simplesmente tínhamos entrado mal no jogo. Pedimos para o pessoal relaxar, fazer o seu jogo e que eventualmente acabaríamos por ganhar, não tirando mérito aos Panthers que jogaram muito bem e que não estávamos à espera que jogassem assim.


Sem rotinas algo vai falhar neste mapa e foi precisamente ai que os problemas começaram, com as falhas.
Fraglíder: Depois de sobreviver ao primeiro susto que foi o cache, à entrada para o inferno que foi a vossa escolha de mapa certamente que já estavam com a cabeça no 2-0 para fechar a série. Não foi isso que aconteceu e os Panthers acabaram por vos fazer o mesmo que vocês lhes tinham feito ao vencer a map pick deles, forçando o overpass nesta série. O que aconteceu para que os Panthers vos conseguissem roubar este mapa e levar o jogo ao decider?

dixon: Não estávamos mesmo à espera de perder o inferno, para ser honesto. Eles começaram muito bem e só temos de lhes dar esse mérito. Cometemos alguns erros que normalmente não iriam ocorrer neste mapa em específico que é um dos nossos melhores mapas.

Fraglíder: Chegando ao overpass diante dos Panthers, vocês entram claramente para fechar o jogo, existindo um ponto em que vocês se encontram a ganhar por 10-1. A vossa equipa depois deixa o jogo fugir para um resultado algo apertado como o 16:11, resultado esse que aconteceu também por via de algumas rondas de mérito individual como a do stadodo para vos dar o matchpoint. Como é que vocês quase se deixaram surpreender no decider frente aos Panthers após terem essa vantagem?

dixon: O overpass é um mapa em que é necessário nós termos algumas rotinas. Se não temos rotinas não temos nada e táticas do nosso lado também eram algo escassas, usamos defaults e pouco mais, não temos rotinas no mapa. Sem rotinas algo vai falhar neste mapa e foi precisamente ai que os problemas começaram, com as falhas, principalmente no T side.


Com mais preparação, talvez as coisas poderiam ter corrido de forma diferente, talvez não… penso que nunca saberemos.
Fraglíder: Como a maior parte da comunidade sabe, neste momento vives na Holanda. Esse é um facto que acaba por condicionar o vosso treino visto que quando estás em Portugal, não possuís as condições necessárias para treinar com os restantes jogadores. Fala-nos um bocado de como foi feita a preparação para a TPGO visto que em Bilbau a vossa equipa deu a entender que o evento Espanhol era uma preparação para este evento que era o vosso objectivo principal. Como foram feitos esses preparativos?

dixon: A nossa preparação passou um bocado pelo seguinte: jogamos a Superliga, eu não voltei para a Holanda – fiquei cá com um computador emprestado a treinar 2-3 dias com a equipa para Bilbau. No regresso de Bilbau, eu já não tinha um PC para jogar, viemos para a TPGO sem qualquer treino – não entramos num servidor nem jogamos juntos, eu e o stadodo fomos ontem ali à LanHouse Station simplesmente para jogar um bocado. Com mais preparação, talvez as coisas poderiam ter corrido de forma diferente, talvez não… penso que nunca saberemos.

Fraglíder: A final contra os Alientech vocês já sabiam que ia ser um osso duro de roer, um mapa de vantagem para os Alientech é muito para ser digerido. A vossa equipa, também por via da falta de preparação que evidenciaste, acabou novamente a sucumbir na final por 3-0. Existe maneira em Portugal de vencer os atuais Alientech numa série à melhor de 5 mapas?

dixon: Eu ganhar não digo mas, com mais treino talvez tivéssemos ido até ao último mapa, nunca se sabe. Não posso dizer ganhar porque a preparação que eles têm, os jogos que eles têm tido – a Nations Cup onde eles jogaram bem contra equipas internacionais – não podemos estar a pedir muito mais da nossa equipa sem treino. Eles mostraram novamente que são a melhor equipa em Portugal e nós sem treino não vamos lá.


Sem contar com os Sharks (…) somos um top 2 indiscutível a meu ver.
Fraglíder: Os Hexagone devem estar bastante satisfeitos com a sua prestação: segundo lugar na Superliga BITZER, segundo lugar na Moche LPGO, segundo lugar na Moche TPGO. O que falta? Em que vão trabalhar para que agora em 2018 os segundos lugares comecem a ser primeiros lugares?

dixon: Falta o treino. Nós tivemos 3 LANs em 3 semanas, não é fácil descansar e digerir todo o cansaço gerado. Por exemplo, tivemos a LAN de Bilbau que foi muito cansativa mesmo para a nossa equipa, nós chegamos de rastos e não havia aquela vontade de pegar no Counter-Strike, é normal depois de uma LAN destas. Com mais treino, os primeiros lugares vão começar a aparecer, basta treinar.

Fraglíder: Olhando ao top nacional, em que posição colocas a tua atual equipa? Achas que são um top 3 ou já possuem créditos para dizer que são a segunda melhor equipa em Portugal?

dixon: Neste momento, contando só com as equipas Portuguesas e sem contar com os Sharks – que são uma organização Portuguesa mas não possuem equipa Portuguesa – somos um top 2 indiscutível a meu ver. Pelas LANs em que estivemos, pelos resultados que temos obtido – mesmo em Bilbau jogamos bastante bem portanto acho que neste momento a única equipa a quem não conseguimos fazer frente é os Alientech, de resto fazem frente mas sabemos que iremos ganhar eventualmente.