O portal do Fraglíder continua presente no Altice Arena a trazer até vocês updates relativos ao torneio de Counter-Strike: Global Offensive, bem como fotos e entrevistas.

A primeira entrevista do dia para o nosso portal fez-nos sentar juntamente com o capitão dos Defining Stars, Joel "gax" Meira para comentar sobre o momento de forma da equipa, as dificuldades da mesma no dia a dia em manter um lineup sem mudanças e os problemas que isso acarreta para os Defs a todos os níveis.


gax abriu o livro sobre as constantes trocas nos Defining Stars e o impacto das mesmas na equipa.

Fraglíder: Estamos aqui na presença do Joel "gax" Meira, capitão dos Defining Stars que estiveram presentes no Altice Arena a jogar o Eurogamer Summer Fest, tendo terminado na quarta posição após perder contra os Team HD. Vocês entraram no torneio com a terceira seed, enfrentaram uma equipa que foi chamada à última da hora e numa série de 3 mapas, acabas por perder a tua map pick e o terceiro mapa ambos por 16:14. Na tua opinião, olhando para o Inferno que certamente custou perder após ter uma vantagem de 13:02, o que faltou para os Defining Stars conseguirem fechar o mapa?

gax: Eu acho que faltou maturidade e treino, principalmente treino na equipa porque desde que temos o sark, viemos para este evento apenas com 3 dias de treino por causa da Master League Portugal, Superliga, qualificadores que tivemos de jogar durante o fim de semana… Não conseguimos ainda fechar os mapas que é isso que nos falta – tivemos agora dois contra os Team HD – no qualificador para este torneio em que conseguimos o top 4, ficamos com a seed #3 porque nos aconteceu exactamente o mesmo contra os Hexagone. Estávamos a dar 13:05, 14:05… perdemos 16:14, recuperamos no segundo mapa e voltamos no terceiro a perder por 16:14. Portanto, acho que sinceramente o que nos está a faltar é treino.

Fraglíder: A vossa equipa acabou posteriormente por conseguir no cache, map pick do adversário, vencer por uma margem confortável – 16:08. Nunca receaste em algum momento que a tua equipa fosse quebrar mentalmente depois do que aconteceu no primeiro mapa?

gax: Claro que é sempre complicado levar com um comeback daqueles, uma autêntica montanha. Estar com uma vantagem de 11 rondas e de repente ficar sem mapa nenhum é complicado neste curto espaço de tempo para os jogadores. No final do primeiro mapa, eu chamei toda a gente e disse para eles esquecerem o jogo, para jogarem só na bala e na confiança porque no primeiro mapa tivemos o sark agitado – é o seu primeiro torneio grande; Disse-lhe para ter mais calma porque ele não conseguiu aparecer tão bem como é costume dele e para jogar na bala. Perdemos a pistol e logo a seguir ele faz 3 ou 4 kills importantes na ronda de force e isso deu-lhe confiança – eu fui sempre motivando os nossos jogadores, não entramos tanto pelo aspeto tático.



No lado dos defs, sark foi uma das estreias nos grandes palcos de LAN.

Fraglíder: Ultimamente, a equipa dos Defining Stars têm tido dores de cabeça para manter um lineup completo e estável. Só neste último mês, vocês acabam por efectuar três alterações: perdem o MKW, entra o vastik; perdem o NOPEEj, entra o tisken; perdem o vastik, entra o sark. Até que ponto é que tu como capitão sentes a dificuldade e o resto da equipa em ter de estar constantemente a fazer trocas, mexer nas posições, redefinir táticas e ensinar os setups implementados aos novos jogadores?

gax: É assim, desde a saída do MKW que foi forçada – ele tinha compromissos escolares e não conseguia jogar competitivamente – que colmatamos a falha com o vastik. Como toda a gente sabe, nós somos a única equipa do Top 8 nacional – estamos na Master League Portugal e na Superliga – e isto não é novidade para ninguém, não temos contratos nem salários. Nós somos a única equipa que não têm este tipo de apoio – imagina, é o mesmo que teres os Team HD a virarem-se para ti – tiraram dois jogadores quando estavam bem classificados em ambas as ligas – convidarem-te e ofereciam um salário para tu jogares. Com um contrato estável podes prever um futuro "risonho", pensar que nos próximos 3-4 meses vais manter este lineup, vais poder treinar de forma tranquila… são essas as bases que nos fazem perder jogadores.

Em termos de motivação, sou sincero: estive mesmo para deixar os Defs, era muito inconstante – estive ali durante seis semanas em que era sai um, entra outro. Isto já vem desde o SCRM: ele queria jogar, depois não queria jogar… veio o Twixy mas as coisas não resultaram com ele. Foram dois meses só de trocas mas felizmente encontrei dois pilares para estarem comigo – o Rub3nix e o zAvY – estamos os três, falamos entre nós e encontramos a motivação certa. Neste momento, estou feliz em ter adicionado à equipa o tiskeN e o sark.


Rub3nix foi juntamente a zAvY o jogador que mais apoio forneceu a gax para continuar nos Defs.

Fraglíder: Falando agora sobre o mais recente jogador a juntar-se à vossa equipa, o sark. É discutível mas acaba por ser o jogador com menos experiência neste lineup, principalmente a nível de LAN. Nos jogos que tens feito com ele até agora, que apesar de não serem muitos já dá para ter uma ideia, quais são as tuas primeiras opiniões sobre ele enquanto jogador?

gax: Eu acho que a nova meta dos miudos hoje em dia é muito mais segura do que a nossa a jogar. Sentem logo o primeiro impacto – ele dá muita bala a jogar, é verdade – mas tem muita calma: é um míudo que nunca jogou torneios em LAN, estás a vê-lo a jogar e tem muita calma, dá a trade e espera, revela muita maturidade na ausência da experiência. Lá está, ainda lhe está a faltar experiência, talvez com isso comecemos a fechar jogos com mais regularidade usando a ajuda dele – foi das melhores escolhas que eu fiz até hoje para os Defs.

Fraglíder: À entrada para a última jornada da Master League Portugal que vai ser começada a ser jogada amanhã, tens os Defining Stars no penúltimo lugar com 5 pontos e estando, no entanto, a apenas três pontos do terceiro lugar. Neste momento, ainda existem vários cenários em aberto: podes ter os Defs a qualificar-se para os Playoffs da Liga como podes acabar a ser relegado para o qualificador fechado da segunda edição, com o vosso oponente a ser os Electronik Generation. Que expectativas tens criadas em torno desta última jornada e o que podes prometer aos fãs da tua equipa?

gax: Eu sou do tipo de pessoas que acredita sempre até ao fim. Para a semana acaba a Liga, se nós obtivermos um resultado negativo para a nossa parte – pronto, não passamos mas até ao último minuto, até ao último segundo eu acredito na minha equipa. Claro que temos um jogo complicado e que é decisivo para ambas as equipas mas iremos sempre tentar ganhar o mesmo.


O importante é ficarmos todos juntos.

Fraglíder: Para concluir, nós temos a atual temporada competitiva em Portugal perto do seu fim, as finais da Master League Portugal e da Superliga estão à porta, a participação no Moche XL Esports depende da MLP o que nos deixa apenas com duas competições fora de portas: DreamHack Valência e Gamegune. Quais são os objectivos dos Defining Stars para o final desta temporada e qual é o balanço que fazes desde o início desta temporada com as Ligas até ao momento em que nos encontramos?

gax: O nosso objectivo principal é sobretudo manter a equipa unida, esse é logo o primeiro ponto. Nós temos de ter um núcleo, jogadores com o mesmo objectivo e pensamento para depois treinar, treinar, treinar. Com o treino, os resultados vão aparecer desde que continuemos juntos. Quanto às Ligas, vou lutar pelo top 4 tanto na MLP como na Superliga e espero chegar lá, especialmente porque a Superliga ainda tem muitas jornadas para serem feitas e temos jogos em atraso. Em relação aos qualificadores, nós vamos participar em tudo porque essencialmente o que queremos é jogar e tentar a qualificação.

Fraglíder: Muito obrigado gax, boa sorte para os vossos planos futuros.