Ainda no seguimento das finais da Superliga BITZER realizadas nos Cinemas NOS do Colombo, falamos no final do evento com o Tiago "eny" Fernandes, COO da BITZER e organizador geral do torneio. Durante cerca de 13 minutos, falamos dos casos YNG Sharks e exotic, do adiamento sucessivo de jogos a par de balanços que se podem fazer desta segunda temporada, da ligação estratégica à NOS, revisões de formato possíveis bem como expectativas que se podem traçar para uma terceira temporada.


eny na entrega das medalhas aos Team HD.

Fraglíder: Quando a primeira edição foi anunciada, houve alguma polémica associada a regulamentos entre outras situações que acabaram por ser resolvidas. Nesta segunda edição agora concluída, optaram por fazer alterações a nível de formato da fase online, não tendo tocado no offline que gerou críticas dos jogadores na primeira edição por ser curto demais. Queres tecer algum comentário relativamente à vossa escolha? Acreditas que foi a certa ou existe espaço para fazer alterações de modo a aumentar a satisfação da comunidade?

eny: Há sempre espaço para mudanças e o feedback da comunidade é importante. Embora possam dizer o contrário, todas as equipas que participam na Superliga são parte importante da mesma e ouvimos sempre, sejam críticas positivas ou negativas daquilo que fazemos.

A grande alteração que fizemos da primeira edição para esta foi o alargamento do número de equipas de 8 para 10. E fizemo-lo porque, no rescaldo da primeira edição, constatámos que muitas equipas de grande valor acabaram por ficar de fora da competição. Contudo, mesmo com 10 slots e uma maior representação de equipas, nem todas conseguem marcar presença na competição.

Desde a génese da Superliga que queremos promover a estabilidade no seio das equipas, fazendo com que exista uma maior competitividade entre as elas e, por consequência, que proporcionem um maior espetáculo para as pessoas que estejam a assistir.

É inegável que existe muita instabilidade no seio das equipas e vimos isso na Superliga, com bastantes alterações de todos os rosters ao longo de toda a competição, exceptuando apenas os OFFSET e EGN, que não fizeram quaisquer alterações de jogadores. É um problema e um entrave para o que queremos fazer, não só a nível de competitividade, mas também para promover um produto de qualidade.


"Continuamos a ser um pouco injustiçados ou sempre na mira de várias pessoas por algo que se possa ter feito ou dito no passado."

Fraglíder: Durante esta época também tiveste a vossa quota parte de decisões difíceis a tomar, não conseguindo sempre empregar da melhor forma as regras que estabeleceram. Tiveram alguns casos complicados para resolver e também damos agora espaço caso queiras esclarecer casos como o dos YNG Sharks que muita tinta fez correr nas redes sociais, o adiamento sucessivo de jogos, a equipa dos exotic a utilizar um total de 23 jogadores… onde vês a posição da BITZER no meio de tudo isto? O que poderia ter sido feito que não foi da melhor forma? Acreditas que a BITZER é de certo modo injustiçada nas redes sociais com base no vosso passado?

eny: Considero que sim, continuamos a ser um pouco injustiçados ou a estar sempre na mira de várias pessoas por algo que se possa ter feito ou dito no passado. Possa-se ou não concordar com o que é dito. A flexibilidade com as necessidades das equipas é um apanágio da Superliga. As equipas precisam de mais torneios, de mais jogos e de ganhar mais prémios para terem uma maior capacidade de investimento nas suas estruturas e equipas.

Falaste de um caso específico, dos yng Sharks, um caso que não falámos publicamente porque era algo que tinha de ser resolvido no seio da Superliga e com as equipas que estavam a competir na Superliga. O caso, motivado pelo atraso na emissão dos vistos dos jogadores para voltarem a Portugal, foi decidido de forma consensual por todas as equipas que foram solidárias com a equipa dos yng Sharks, e não de forma unilateral pela organização da Superliga – algo que chegou a ser dito na altura.

Em relação aos exotic, também não infrigiram nenhuma regra; abusaram sim de uma regra e de uma cláusula que tínhamos no regulamento, prontamente alterada precisamente por esse abuso.


"Valeu a pena estarmos aqui e proporcionarmos este espetáculo para as pessoas."

Fraglíder: Para a realização das finais da segunda temporada da Superliga vocês tiveram a iniciativa de fazer algo que ainda não tinha sido feito em Portugal, ligando-se à NOS e escolhendo este espaço para a realização do torneio. A nível de preparação, algumas palavras que queiras deixar em relação ao evento? Sabemos que por virtude do espaço não ser ser propriamente adaptado para albergar este tipo de eventos que acabou por se gerar atrasos, nomeadamente de 2 horas. Esta iniciativa aconteceu através de procura vossa ou foi uma oportunidade que surgiu e que simplesmente decidiram aproveitar para ver como corria? Qual foi o objectivo?

eny: O nosso objectivo sempre foi utilizar salas de espetáculo para a realização de finais de Esports, pois acreditamos que os Esports também têm espaço nos grandes palcos e não apenas em feiras tecnológicas ou espaços que tenham alguma componente de ativação gaming junto a elas, como é o caso da maioria dos eventos nacionais. A parceria com os Cinemas NOS permitiu-nos fazer isso mesmo.

Mesmo face a algumas adversidades iniciais, valeu a pena estarmos aqui e proporcionarmos este espetáculo para as pessoas, não só as que encheram a sala mas também as que estiveram a seguir através da stream.

Fraglíder: Segunda temporada da Superliga concluída. Que balanços primários podem ser feitos desta temporada? Que ilações tiraste no decorrer da mesma e o que podemos esperar já de uma futura temporada da Superliga?

eny: Pretendemos melhorar cada vez mais. Há sempre aspectos a melhorar, independentemente daquilo que se faça bem ou mal, existe sempre espaço para melhorias com o feedback das equipas e aquele que retiramos da comunidade. Não tomamos decisões com base em tweets. O nosso foco são as equipas e jogadores que participam na Superliga e procuramos sempre melhorar a nossa competição em todos os aspectos para beneficiar a Liga, as equipas e os jogadores que fazem parte dela.



"Queremos sempre melhorar a nossa competição em todos os aspectos para beneficiar a Liga, as equipas e os jogadores que fazem parte das mesmas."

Fraglíder: Quando foste abordado na primeira edição, recebeste feedback direto dos jogadores relativamente às finais em LAN, pretendendo que a mesma seja prolongada. Com o feedback relativo à fase regular, acabaram por não mexer muito para além de acrescentar mais duas equipas que resultou numa expansão geral da Liga. Na Final Four, nada mudou e acabaram a jogar exatamente no mesmo formato – BO3, BO3, BO5 e estamos perto da meia noite ainda a falar sobre o evento. Acreditas que um dos pontos alvo de estudo e implementação para uma terceira temporada será uma eventual revisão do formato em vigor?

eny: Como referi, estamos sempre à procura de melhorar. Não consigo dizer neste momento, no rescaldo da segunda edição, se vamos mudar isto ou aquilo. Acreditamos que as grandes finais se jogam em LAN, presencialmente. Se o melhor formato é ter uma fase regular online e a fase final em LAN durante um dia, é algo que ainda teremos de ver com atenção, não é algo que tenha pensado ainda.

Fraglíder: Algumas palavras finais que queiras deixar a patrocinadores e à tua equipa de trabalho?

eny: Gostaria de agradecer aos nossos patrocinadores. À AOC que nos tem acompanhado desde a primeira edição, aos nossos parceiros Cinemas NOS, Colombo, Alpha Gamer e Lenovo que nos acompanharam nesta viagem da Final Four, trazendo o espetáculo dos Esports para uma sala de cinema e para um local tão prestigiante como o Colombo. Agradecer também a vossa presença, é sempre importante – a Fraglíder é um portal de referência já há muitos anos e apenas a caminhar juntos é que conseguiremos fazer mais, melhor e levar os Esports para a frente.

Fraglíder: Muito obrigado Tiago e parabéns por mais uma temporada concluída na Superliga BITZER.