A produtora internacional Riot Games não veio para brincadeiras quando anunciou no início de Março o seu novo e único FPS até à data, o VALORANT.

A componente das armas, a economia e o objetivo do jogo são muito semelhantes ao Counter-Strike, havendo a inclusão de agentes com poderes distintos que é comum a jogos como Overwatch e R6 Siege.

Apesar de não ser algo assumido diretamente, o VALORANT chega para competir ao lado de CS:GO como FPS de excelência no leque de jogos competitivos. Independentemente das picardias dos apaixonados por ambos os jogos, os dois podem perfeitamente coexistir.
 


O VALORANT foi um dos jogos que provocou mais migrações no cenário dos FPS competitivos.
O seguidor atento do cenário de esports já viu muitos jogos prometerem bastante, mas esse o próprio sabe também o poder e o compromisso da Riot Games e nunca viu um jogo lançado ter tanto impacto e provocar tantas migrações, para além de todo o hype envolvido.

Muitos jogadores profissionais de desportos eletrónicos viram no VALORANT uma oportunidade única para darem continuidade às suas carreiras. Do Counter-Strike migraram muitos jogadores com carreiras estagnadas ou quase terminadas, sendo mais comum atletas de Apex Legends e Overwatch fazerem a troca.

Os jogadores destes dois últimos jogos receberam a oportunidade de vingar num jogo enfaticamente promovido por muitas personalidades e a de receber melhores salários, por conta da decadência ou descrédito das organizações nesses títulos.

O VALORANT chega assim como uma vida nova para muitos atletas. Enquanto que em solo nacional se montam equipas para meses depois serem dispensadas com o motivo "do hype estar lentamente a diminuir", lá fora a aposta competitiva no novo fps da Riot Games foi muito forte por parte de algumas organizações.
 


sinatraa venceu em 2019 a Overwatch League e World Cup onde foi nomeado MVP, fazendo a transição para o VALORANT.
O cenário competitivo de VALORANT promete ser muito dinâmico e entusiasmante, por juntar não só jogadores de provenientes de diferentes jogos, mas também por reunir atletas em fases diferentes de carreira.

A aposta precoce das organizações em equipas e jogadores não está isenta de risco. Sem uma "meta" ainda estabelecida ou a garantia de que um jogador fantástico noutro jogo seja automaticamente brilhante no VALORANT, este risco pode traduzir-se tanto num sucesso como num tiro completamente ao lado.

Nos Estados Unidos a aposta foi vertiginosa, podendo justificar-se por diversos fatores. Em primeiro lugar, pelo facto de muitos jogadores estarem estagnados no tier 2 do CS:GO no cenário local e sem organização assim como jogadores que, aparentemente, já tinham terminado as suas carreiras e que renunciaram à sua "reforma" para dar uma oportunidade a VALORANT.
 


brax é um dos jogadores mais notáveis cuja carreira nos Esports foi resgatada pelo VALORANT.
Por fim, o FPS da Riot Games  vai "resgatar" muitos atletas. O expoente máximo disso mesmo é Braxton "brax" Pierce, promissor jogador de CS:GO banido pela produtora desde 2014, altura em que foi apanhado num esquema de apostas juntamente com os seus colegas de equipa.

Sem qualquer sinal de intenção por parte da Valve de perdoar as suas ações, brax ansiava por uma porta que se abrisse. Essa porta acabou por ser o VALORANT, com o norte americano a ser anunciado na organização dos T1 antes do jogo ser lançado oficialmente.

Apesar de não se equiparar com os Estados Unidos, várias organizações já mostraram a sua intenção e algumas já efetivaram esse desejo de apostar no jogo. Se por um lado entendo a necessidade das organizações de se fazerem representar no máximo da jogos possíveis e de ir atrás do todo o hype gerado, por outro lado, se fosse dono de uma organização, acautelava-me na hora de escolher quais os jogadores que iriam jogar sob o desígnio da minha organização, por este ser um jogo ainda a dar os primeiros passos.
 


A introdução regular de agentes e patches irão dinamizar o cenário e obrigar os jogadores a estarem em constante adaptação.
Em contrapartida, a aposta prematura das organizações em VALORANT também se prende pelo facto da Riot Games ter concebido um jogo o mais family friendly possível. Por consequência, torna-se mais fácil o processo de obtenção de patrocínios vantajosamente financeiros, um dos grandes obstáculos do CS:GO.

Desta forma, o VALORANT promete ser um dos jogos que irá gerar muito dinheiro e como foi dito anteriormente, irá salvar as carreiras de muitos jogadores. No entanto, desenganem-se aqueles que pensam que os profissionais de hoje serão os astros dos anos posteriores, visto que, não só o jogo como o respetivo cenário competitivo ainda se encontram numa fase muito embrionária.

A intenção da Riot Games de adicionar novos patches e agentes regularmente também contribuirão para a existência de um cenário muito dinâmico, sendo mais difícil estabelecer uma meta. As habilidades dos agentes introduzidos e a remoção de outros periodicamente podem enfraquecer umas equipas e fortalecer outras, obrigando a que os jogadores tenham de estar em constante adaptação face às novas atualizações.

O artigo revela a visão do autor, Rafael "LeafaR" Ferreira, e não do portal onde é apresentado.