A ESIC (Esports Integrity Commission) confirmou, esta sexta-feira, um ban de dois anos dado a Nicolai "HUNDEN" Petersen: entre 25 de agosto deste ano e 24 de agosto de 2023, o treinador dinamarquês está proibido de participar em eventos de organizadores como ESL, DreamHack, BLAST, entre tantos outros que integram os quadros desta comissão.

O caso que envolve HUNDEN tem sido um dos mais mediáticos do ano: o veterano foi acusado de partilhar informação sensível com adversários, concretamente estratégias da sua ex-equipa Heroic.

A investigação feita pela ESIC durou mais de dois meses, tendo sido iniciada no início de julho, isto depois de a comissão ser notificada sobre uma “possível quebra de conduta”, pode ler-se no comunicado oficial. HUNDEN chegou a confessar publicamente parte das acusações, algo que, “em conjunto com outra evidência recolhida”, foi suficiente para a ESIC avançar com um veredicto. No entanto, o dinamarquês diz que partilhou apenas "anti-strats" e não o referido "playbook".

De acordo com esse mesmo texto, a investigação permitiu concluir três factos: o comportamento de HUNDEN “criou uma ameaça à integridade de um evento de um membro da ESIC (independentemente de essa ameaça se ter concretizado ou não); criou uma ameaça à reputação de um membro da ESIC; e ao fazê-lo ameaçou a reputação e a integridade competitiva dos esports e da ESL”.

A comissão de integridade utilizou diversas fontes para chegar a uma conclusão: desde uma análise minuciosa à Google Drive relacionada com o incidente (o tal “playbook” estaria presente numa destas drives) até entrevistas com diferentes envolvidos, a passar até mesmo por “trabalho forense feito pela experiente empresa Frend”.

Segundo a ESIC, HUNDEN partilhou esta informação sensível com um adversário que iria ser, na realidade, a nova casa do treinador. De acordo com informações da HLTV lançadas em julho, o dinamarquês poderia estar a caminho da Astralis, mas uma coisa é certa: a comissão afirma que uma análise forense permitiu concluir que o “recipiente não acedeu à informação”.

De notar, HUNDEN fez manchetes nos últimos dois dias depois de ceder uma entrevista ao canal dinamarquês TV2. Por lá, afirmou que a ESIC “nunca o quis ouvir” e que os seus colegas “tinham conhecimento do coach bug” (outro dos casos em que o treinador esteve implicado este ano). Sobre o primeiro, a ESIC afirma: “esta declaração é falsa”.

Ao longo desta manhã, várias personalidades do cenário têm discutido sobre este tema no Twitter. Entre outros, o IGL da fnatic, Alex "ALEX" McMeekin, questiona: se HUNDEN partilhou apenas "anti-strats" e não o “playbook” [da Heroic], “não será isso apenas uma quebra de contrato [com a organização] e não uma quebra de integridade competitiva?”

Podes ler o comunicado da ESIC na íntegra aqui.