Depois de algumas controvérsias que se têm gerado no panorama do Gaming em Portugal, surge uma voz, penso eu que conhecida entre a maior parte da comunidade, que nos fala sobre a sua opinião relativamente aos media do Gaming mas também de uma possível e, talvez necessária, reforma na forma como se abordam os conteúdos noticiosos.
Indo directamente ao epicentro da questão, eis o texto integral escrito por Nuno “Thalakos” Cruz.
“Ironicamente a comunidade nacional de jogos electrónicos está a passar uma fase em não só é complicado sensibilizar aqueles que não estão actualizados e cientes do panorama nacional, e que têm o poder de introduzir capital e alicerces para um futuro melhor (como empresas e organizações variadas) – problema que sempre existiu – como nem aqueles que estão dentro da comunidade são capazes de ser objectivos e imparciais, deixando de lado interesses que não o do desenvolvimento global.
Passada a fase da iniciação e do revolucionário lançamento de eventos, portais e equipas focadas na vertente competitiva dos jogos electrónicos estamos agora na fase de expansão e consolidação. O que era razoável há quatro ou cinco anos atrás não o é nos dias que correm e os padrões têm que ser revistos.
Os conteúdos informativos que vemos nos portais portugueses estão ultrapassados e obsoletos. As organizações como o FragLíder, o eSportsplanet, a ETL, a ESL, ou qualquer outro portal que distribua conteúdos sobre qualquer comunidade nacional, não podem continuar a permitir que os conteúdos estejam nas mãos de membros de clãs incapazes de cumprir regras básicas e fundamentais. Se existe um pequena parcela de pessoas capazes de criar notícias e escrever objectivamente, a grande maioria das notícias da maioria dos portais informativos transparece a parcialidade e a objectividade dúbia. A fraca qualidade tem que ser ultrapassada e a publicação deve ser uma ferramenta apenas alcançável por pessoas capazes e que se consigam focar no verdadeiro objectivo de uma notícia: sem influência que não advenha de um estudo imparcial e de uma igual recolha de dados, criar conteúdos pertinentes e objectivos sem nunca exprimir uma opinião ou fazer juízos.
Se durante os últimos anos essas mesmas pessoas foram fundamentais para um desenvolvimento do panorama dos jogos electrónicos, actualmente, e dados os objectivos que se querem alcançar, como o tão proclamado profissionalismo, novas regras e padrões têm que ser delineados para que este meio se aproxime em qualidade de outros mais tradicionais e com uma existência mais duradoura.
O direito à opinião é de todos, mas deve ser exercido em lugares indicados. Se é normal os conteúdos dos portais de equipas se desviarem da imparcialidade devida, o mesmo não pode acontecer em portais de organizações independentes. No passado a exploração do desejo de auto promoção foi importante para dinamizar inúmeros portais, todos os clãs desejam ter alguém nos principais portais para assim impedir o esquecimento e aumentar a sua projecção. Mas até que ponto podemos continuar a permitir que isto suceda?”