A GTZ apresentou um novo projeto para a segunda metade de 2022 e ambição é coisa que não falta no seio da equipa. O FRAGlíder esteve à conversa com Filipe “NOPEEj” Dias, uma das caras novas, que aponta a altos objetivos para as competições que se aproximam. O rifler falou ainda da saída da Fourteen e também dos objetivos pessoais para o futuro.

Confere a entrevista na íntegra:

 

FRAGlíder: Quais são os objetivos da GTZ para a MLP e para a ESL Masters España?

NOPEEj: Os nossos objetivos é, basicamente, atingir a final four tanto na MLP, como na ESL. Depois de o conseguirmos, o objetivo é jogo a jogo, chegar o mais longe possível. Dar o nosso melhor, fazer tudo para chegar à final e, se possível, ganhar o torneio. Acho que temos qualidade para ganhar o torneio e vamos fazer por isso.

Que análise fazes aos grupos?

Penso que estão renhidos. Na MLP, apanhámos a FTW e do outro lado estão os SAW. Na ESL, temos Movistar, mas também não estão na melhor forma, e FTW. Penso que os grupos, no geral, estão equilibrados e seja quem for que esteja no nosso grupo, temos que conseguir ganhar.

A GTZ esteve muito bem nos qualificadores para o RMR. Ficaste surpreendido com a prestação da equipa em tão pouco tempo?

Claro que fiquei um pouco surpreendido por o termos feito, principalmente, no primeiro qualificador. Acho que o primeiro qualificador é o mais complicado de todos, porque podes apanhar os “tubarões”, assim dizendo. Conseguimos chegar até essa fase, apanhámos duas equipas de tier 1 e ainda não nos apresentamos a esse nível. Foi esse o motivo para não termos passado, porque talvez se tivéssemos tido essa estrelinha no terceiro ou quarto qualificador, se calhar tínhamos conseguido passar. Temos qualidade e na altura estávamos com muito menos treino, para além de estarmos a jogar com o dead no qualificador que fomos mais longe. Agora estamos muito mais preparados para, se calhar, num próximo RMR conseguirmos a qualificação.

Onde colocas nesta altura a equipa da GTZ no cenário nacional e até onde achas que podem ir?

A nível nacional, neste momento considero que estamos no top 2, top 3, ali bem próximos da FTW. Acho que não podemos afirmar que somos top 2, porque ainda não houve confrontos e é uma fase inicial da época. Estamos a lutar pelo top 2. Os SAW estão no top 1, mas temos capacidade de ganhar a qualquer equipa. Estamos a trabalhar bem e sentimos que conseguimos ganhar a qualquer equipa a nível ibérico. Claro que não são jogos fáceis, mas acredito que conseguimos bater-nos com essas equipas.

A nível internacional, o nosso objetivo é jogar mais torneios internacionais, que ainda não tivemos a oportunidade. Queremos também atingir rapidamente o top 50 do Mundo.

Quando montaram a equipa, ainda não havia uma organização por detrás. O que vos levou a optar pela GTZ?

Inicialmente, tivemos várias organizações interessadas. Chegámos a falar, tentar chegar a acordos e tomar uma decisão. Os GTZ estiveram sempre interessados na nossa equipa e apresentaram logo uma oferta. Nessa altura, tínhamos mais duas em cima da mesa. O Ryu falou connosco, disse que ia haver uma reestruturação dos GTZ, com mais investimento e o Linko e o rafaxF já estavam nos GTZ e gostavam de cá estar. Acho que, de todas as ofertas, os GTZ mostraram logo interesse em levar isto para a frente e por isso decidimos ficar cá.

O que é que correu mal na Fourteen e porquê a tua opção pela GTZ?

Nos Fourteen, o que correu mal penso que foi voltarmos a tentar fazer um projeto parecido com um passado que não tinha funcionado. Apesar de ter sido errado, também não tínhamos grandes opções naquela época, não havia grandes jogadores para fazermos um projeto em condições e por isso é que optámos por pessoas mais conhecidas e com quem já tínhamos jogado. Acho que foi um erro da nossa parte, jogarmos com duas AWP e não termos um IGL fixo. Penso também que, apesar disso, houve um pouco de falta de compromisso de toda a gente. Sabíamos que tínhamos essas condicionantes e acho que nos podíamos ter esforçado muito mais para fazer uma melhor época. Mas o maior erro já tinha sido feito ao criarmos assim a equipa.

Quanto à minha saída, eu estava descontente com a equipa nos Fourteen. Queria jogar com um IGL de raiz e, na altura que saí, não havia BLOODZ nem nada. Queria ares novos, o snapy veio falar comigo e eu achei que era um projeto com pessoal trabalhador. Já conhecia o snapy e alguns dos outros jogadores e decidi arriscar. Penso que tem sido positivo. O pessoal aqui dedica-se tanto como eu quero que uma equipa se dedique, que era algo que também não acontecia nos Fourteen.

Quando olhamos para esta equipa da GTZ, o teu nome é dos que salta mais depressa à vista da comunidade em termos de talento individual. Isto traz-te algum tipo de peso extra nos ombros quando as coisas não estão a correr bem dentro do servidor? Sentes uma maior responsabilidade?

Quando não está a correr bem, eu tento sempre falar e dar a minha ideia. O Linko também é bastante aberto às ideias do pessoal. Mas não sinto essa obrigação, foco-me sempre em fazer o meu trabalho dentro do mapa, do jogo. Estamos todos preparados para os jogos, fazemos sempre uma grande preparação e isso normalmente não acontece. Se algo acontece, muitas vezes já estamos preparados para isso. Mas, como é óbvio, tento sempre ajudar quando acho que vai fazer a diferença.

Já falámos dos objetivos da GTZ, mas agora gostaria de ouvir os teus objetivos pessoais para esta época.

Gostava de ganhar torneios. Quero jogar mais jogos internacionais, ter mais duelos contra equipas internacionais. Acho que é algo que me dá muito mais motivação do que jogar apenas em Portugal e nos torneios ibéricos. Os torneios internacionais é o que é realmente dar o próximo passo e é isso que eu procuro. Quero ter sucesso a nível ibérico, mas principalmente começar a ter mais experiências internacionais. Se houver um torneio como uma XL, também é um objetivo grande chegar a esses torneios.

 

Depois de ter arrancado com uma vitória na MLP, a GTZ prepara agora um duplo confronto com a FTW. As duas equipas defrontam-se já na próxima terça-feira, na estreia de ambas na ESL Masters España XII, e medem também forças posteriormente na MLP por um lugar nos play-offs.