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Fotografia: Miguel Pinto/Fraglider

SAW está a cinco dias de iniciar nova campanha de apuramento para um torneio da categoria Major. A equipa portuguesa vai disputar o torneio RMR europeu A de acesso ao BLAST.tv Paris Major 2023 a partir da próxima quinta-feira (6), em Copenhaga, e procura novamente fazer história para si e para o Counter-Strike português com um possível primeiro apuramento para o maior torneio do FPS da Valve.

Em solo dinamarquês, a equipa lusa vai estar pela terceira vez consecutiva na disputa de um torneio RMR. Nas duas tentativas anteriores, ambas em 2022, a SAW ficou muito perto do apuramento para o PGL Major Antwerp 2022 e muito longe de conseguir o acesso ao IEM Rio Major 2022.

0.02 segundos tiraram SAW do Major belga

A primeira tentativa da equipa portuguesa aconteceu há cerca de um ano. Com o PGL Major Antwerp 2022 no horizonte, a SAW apurou-se para o torneio RMR europeu no terceiro qualificador aberto e colocou as mãos no bilhete de avião para Bucareste, cidade onde se realizou a derradeira fase de apuramento.

Inserida no grupo A, a equipa portuguesa arrancou em falso e uma derrota por 5-16 frente à BIG deixou a equipa capitaneada por Christopher “MUTiRiS” Fernandes entre os conjuntos com o registo de 0-1. A resposta surgiu com uma vitória por 16-6 sobre a Unique na segunda ronda e o bom momento foi prolongado com um 16-10 frente à fnatic na ronda seguinte.

Após a entrada com o pé esquerdo, a SAW tinha agora dois match points para selar a viagem para Antuérpia. No primeiro BO3 de apuramento, a equipa lusa venceu o primeiro mapa frente à forZe, mas não foi capaz de oferecer competitividade nos dois mapas seguintes e viu a primeira chance escapar por entre os dedos. A última ronda não prometia ser, de todo, fácil e do outro lado estava a equipa da Outsiders.

No tudo ou nada, foram os russos a sair na frente com um 14-16 em Dust2. A SAW reagiu com um 16-10 em Ancient e adiou a decisão para um Inferno que veio a ficar na história do Counter-Strike nacional… pelas piores razões. O resultado era de 15-14 e a equipa lusa tinha a bomba plantada no bombsite B. Renato “stadodo” Gonçalves ficou numa situação de 1v1 com Dzhami “Jame” Ali, tentou jogar com o tempo o máximo possível e, na hora do confronto, viu o tiro de AWP acertar apenas na perna do adversário. Com um defuse por 0.02 segundos, o in-game leader adversário levou o encontro para prolongamento e a Outsiders acabou a vencer por 19-16. Estava deitada por terra a primeira hipótese de a SAW chegar a um Major.

Sangue novo numa campanha desapontante

A segunda chance chegou já perto do final de 2022, na altura do apuramento para o IEM Rio Major 2022. Depois do final dramático na campanha de apuramento para Antuérpia, a equipa fez mudanças e trouxe os jovens João “story” Vieira e Michel “ewjerkz” Pinto para a equação. Já com os dois ex-FTW, a SAW conseguiu vencer o quarto e derradeiro qualificador aberto e apurar-se para novo torneio RMR europeu, o segundo da sua história e de forma consecutiva.

Depois de ter estado tão perto na primeira tentativa, a esperança numa boa campanha e no quebrar de uma barreira para o Counter-Strike português era muita. No entanto, a SAW que se apresentou em Malta no início de outubro esteve perto de irreconhecível. A um desaire natural contra Heroic na estreia, por 5-16, seguiu-se um desapontante 3-16 frente ao conjunto de Monte e com ele a obrigação de vencer três BO3 consecutivos para seguir em frente.

Desmoralizada, a equipa lusa enfrentou a HEET no primeiro desses BO3 e por aí terminou a campanha. Ao desaire por 16-19 em Vertigo a SAW reagiu com um 16-9 em Inferno, mas perdeu de seguida o Dust2 por 7-16. À segunda também não foi a vez dos portugueses.

E à terceira, será de vez?

De Bucareste para Malta e de Malta para Copenhaga. Novamente de bagagens às costas, a SAW prepara-se para mais uma tentativa de chegar onde nenhuma equipa portuguesa chegou antes.

Na Dinamarca, quis o destino que o primeiro adversário da equipa portuguesa fosse aquele que a deixou de fora na célebre jogada dos 0.02 segundos. Já como Virtus.pro novamente, mediante autorização recente da Valve, a equipa liderada por Jame vai ser o primeiro adversário da SAW no grupo A. Este fator significa ainda que as duas equipas não se podem voltar a cruzar posteriormente no qualificador.

Para além de Virtus.pro, o grupo da equipa portuguesa conta ainda com outros “tubarões”, nomeadamente FaZeNAVI. Mas há ainda espaço para os perigosos MOUZ, fnaticBad News EaglesOG ou GamerLegion. Em suma, só a melhor versão da SAW poderá levar a equipa a quebrar esta barreira e atingir o primeiro Major da sua história.