A Teleperformance Portugal inaugurou esta sexta-feira a nova arena de esports, em Lisboa. O evento, denominado Teleperformance PXP, contou com várias caras conhecidas da indústria e com vários painéis ligados não só ao gaming, mas também a temas como o metaverso.

Durante a manhã, a convenção foi dedicada ao painel sobre metaverso e também a uma visita guiada ao Global Reality Lab da multinacional, que deu a conhecer algum do equipamento de realidade virtual com o qual trabalha. Ao início da tarde, o tema de conversa foi Web 3.0, antes de o evento entrar definitivamente na parte dos esports.

A arena foi inaugurada com uma visita guiada liderada por Eefje “sjokz” Depoortere, que moderou depois um último painel com especialistas da indústria dos esports. Após o fecho da conversa, SK Gaming e AC Milan QLASH encontraram-se num encontro de Brawl Stars, o primeiro de vários jogos de exibição — em diferentes modalidades — que ocuparam o resto do evento.

Ao confronto de Brawl Stars seguiu-se um de Super Smash Bros, que colocou frente a frente William “Glutonny” Belaid e Leonardo “MKLeo” López Pérez. De seguida, João “JOliveira10” Oliveira e Olle “Ollelito” Arbin defrontaram-se no relvado do FIFA22, antes do prato principal: um encontro de exibição de CS:GO entre OG — que estreou Adam “NEOFRAG” Zouhar e Maciej “F1KU” Miklas — e MIBR, com pouco mais de $50,000 de prémio. O lineup internacional venceu e levou a fatia maior do prémio para casa.

Durante a inauguração, o FRAGlíder conversou com o CEO da Teleperformance Portugal, Augusto Martínez Reyes, que explicou como surgiu a ideia e deixou no ar a possibilidade da aposta nos esports ser reforçada com um investimento em equipas.

Lê a entrevista na íntegra:

FRAGlíder: Como é que surgiu esta ideia?
Augusto Martínez Reyes:
É preciso perceber que 90% dos nossos funcionários em Portugal são jogadores ou entusiastas do gaming. Ou jogam ou vêem outros jogar. É essa a nossa realidade. Estamos constantemente a evoluir e a tentar criar o valor certo no funcionário para a posição que ocupa. Nos últimos meses, começámos a pensar em como é que podíamos realmente mudar neste ambiente em que os nossos funcionários trabalham a partir de casa, em que estão a passar mais tempo a fazer stream, a jogar, a produzir vídeos ou o que for. Chegámos a esta ideia em que toda a gente fala do metaverso, e já têm falado do metaverso há algum tempo e ninguém realmente entende o que é, mas sabemos de onde vem: da indústria do gaming. Quando se misturam essas coisas, o metaverso, a indústria do gaming e a mentalidade dos nossos funcionários — eu próprio sou um gamer, gosto realmente disto –, é um sonho tornado realidade. Para alguém como eu, o facto de ter a nossa própria arena de esports sabendo que a maior parte dos nossos funcionários são gamers ou entusiastas é arrebatador. Estou muito orgulhoso disto e também ansioso.

Pudemos visitar o laboratório onde têm muita tecnologia ligada à realidade virtual. Podemos esperar uma mistura dos dois mundos nesta arena?
Definitivamente. Somos a ligação. Na arena vêem máquinas de arcada, vêem mesas de ténis de mesa e isso é o passado. Estamos a ligar isso às Nintendo, às Xbox, aos computadores e a mesma coisa vai acontecer [com a realidade virtual]. Vamos começar a trazer equipamento de realidade virtual para o gaming. Acreditamos firmemente que somos a ligação entre a indústria do gaming, o que é o futuro da mesma, e o metaverso. Acho que isso também se vai traduzir no futuro do trabalho. Portanto, sim, definitivamente vão poder ver algum equipamento do nosso laboratório aqui nas próximas semanas. Os nossos funcionários vão ser capazes de experimentar e jogar com ele.

Mencionou as máquinas de arcada e a mesa de ténis de mesa. Podemos classificar também esta arena como uma viagem pelas memórias e a ligação entre passado, presente e futuro?
É mesmo [uma viagem pelas gerações]. É também educacional. Não é uma coincidência, é um ponto de partida. Entramos e surpreendemos as pessoas com as máquinas de arcada e tudo isso. Podes jogar Tekken ali, que é um jogo emblemático para a comunidade do gaming. E acho que é bom, porque inclui pessoas que têm, talvez, 50, 40, 30, 20 anos. É uma ligação geracional. É como fazemos toda a gente perceber que isto não é uma coisa de miúdos, mas uma coisa profissional e real. Enquanto companhia, temos de investir na área para os nossos funcionários, para os nossos clientes e também para nos assegurarmos de que construímos essa ponte entre o passado, o presente e o futuro.

E como é que o público entra na equação? Vão poder alugar esta arena ou algo semelhante?
Os nossos clientes vão usar a nossa arena, porque temos clientes do gaming e vamos usar a arena em torneios com eles. Não vamos alugar a arena para pessoas externas, mas vamos fazer torneios abertos onde as nossas equipas vão poder jogar com equipas externas. Este é um local especial para as nossas equipas treinarem, para o nosso pessoal treinar, testar novos jogos, fazer torneios internos, atividades de team-building. No passado, tínhamos pessoas a ir jogar futebol. Agora queremos ter pessoas a vir jogar FIFA.

 Já têm uma arena. Podemos esperar, quem sabe, um investimento da Teleperformance numa equipa para reforçar a entrada no meio?
Nas próximas semanas vamos ser capazes de partilhar mais alguma coisa. Mas é definitivamente algo que está na nossa mente.