Fotografia: João Ferreira/PGL

O brasileiro Matheus “Tuurtle” Anhaia afirma que a saída de Adriano “WOOD7” Cerato do lineup da MIBR permite à equipa dar um passo para a frente. O jogador de 23 anos concedeu uma entrevista exclusiva ao FRAGlíder durante a presença da equipa brasileira na inauguração da nova arena de esports da Teleperformance Portugal.

Ao longo da entrevista, realizada horas antes da MIBR perder o showmatch de CS:GO jogado diante da OG, Tuurtle falou sobre a experiência da equipa no PGL Major Antwerp 2022, da mudança efetuada no lineup logo a seguir, do que se segue para a equipa e também do que significa vestir a camisola de uma organização com tanta história nos esports.

 

FRAGlíder: Vocês estiveram no Major e acabaram por ser eliminados na Challengers Stage, numa série louca com a Bad News Eagles. Que experiência é que tiram do torneio?

Tuurtle: A experiência do Major foi muito importante para crescermos entre nós. Foi uma experiência que fez toda a gente evoluir como jogador e como pessoa. Crescer com profissionais foi muito importante. Nós, querendo ou não, batemos na trave. Sabíamos que podíamos ter passado para a Legends Stage, mas também era o primeiro Major para quatro jogadores. Chegar a um 2-2 e jogar cara a cara contra uma equipa europeia foi uma experiência muito gratificante.

Fizeram uma alteração no lineup depois do Major, com a saída do WOOD7. Sentiram que tinham de mudar após o Major ou era algo planeado já antes do torneio?

Antes do Major, não tínhamos conversado muito sobre isso. Estávamos a tentar focar-nos no campeonato. Quando acabou o Major, tivemos dois ou três dias de descanso, fizemos reuniões e acabamos por ver que para dar um passo para a frente tínhamos de fazer essa mudança. Foi algo que surgiu mais depois do Major, quando nos sentamos e pensamos no futuro. Precisávamos de dar um passo para a frente.

O que é que esta mudança traz de novo?

Eu acho que esta mudança traz mais poder de fogo para a equipa. O brn é um menino de 18 anos que tem muita vontade de jogar, tem muita vontade de vencer, de evoluir. Se formos ver, a maioria das equipas de tier 1 têm um jogador novo e com vontade. A NAVI tem o b1t, a OG agora vai ter um menino de 18 anos. Se pegarmos em qualquer equipa, vai haver sempre um jogador mais novo.

Quais são os objetivos da MIBR para o que resta do ano?

Os nossos objetivos agora é tentar classificar-nos para a Pro League através da Conference, que é agora em junho, na Suécia. O foco é chegar à Pro League. Outro objetivo nosso também é poder jogar o Major do Rio. Para nós, é o maior objetivo. Um Major no Brasil para uma equipa brasileira, ainda para mais para a MIBR que é um nome gigantesco no Brasil, é o sonho de qualquer um. Jogar ali será algo absurdo para nós. A nossa expectativa é chegar aos play-offs do próximo Major e jogar no palco com os adeptos brasileiros. É o maior objetivo, jogar no palco e sentir o calor do público, do momento. Deve ser algo muito gratificante e uma experiência que todos querem ter.

Como é que é vestir a camisola de uma organização com tanta história como a MIBR, que teve também já vários jogadores lendários? Sentem um peso acrescido?

Eu acho que não é um peso que sentimos, acho que é mais um orgulho de estar a vestir esta camisola. É muito gratificante para todos ter visto grandes e grandes jogadores como o bit e o nak, que são nossos treinadores hoje e passaram por aqui, fizeram história e foram campeões mundiais. Estar no lugar deles é algo incrível para toda a gente da equipa. Houve FalleN, houve cogu, houve bit, nak, houve milhares de jogadores a passar por aqui e a fazer história. Nós somos a próxima história.

Qual é o vosso plano para os próximos tempos? Ficar pela Europa ou regressar à América?

A nossa ideia é ficar nos Estados Unidos, tentar morar lá ou no México. Ainda não sabemos bem para onde vamos. A ideia é ficar por lá e dar sempre um salto à Europa para fazer bootcamp. Ficar dois meses cá em bootcamp, voltar à NA, voltar mais dois meses, voltar à NA. Estão a haver imensos torneios na Europa e acabamos por nem sair daqui. Por exemplo, agora voltamos para o México amanhã e daqui a cinco dias estamos de volta para um torneio aqui na Europa [entretanto a equipa foi convidada para a IEM Dallas]. Vamos estar sempre nesse salto.