Fotografia: ELEAGUE

No dia 29 de janeiro de 2017, a Astralis erguia o troféu de campeão da ELEAGUE Major Atlanta 2017. Este seria o início de uma das história mais bonitas de uma equipa que inovou e dominou o cenário competitivo durante bastante tempo.

A Astralis foi fundada em 2016, para acolher a equipa comandada por Finn “karrigan” Andersen que ficou sem organização após abandonar a TSM. Assim, a Astralis começou a dar os primeiros passos no FPS da VALVE. Em maio desse ano, houve a necessidade de efectuar a primeira alteração no roster, com René “cajunb” Borg a ser trocado por Markus “Kjaerbye” Kjærbye. As trocas não ficaram por aqui e alguns meses depois, em outubro, karrigan acabou por ser colocado no banco para dar lugar ao jovem Lukas “gla1ve” Rossander.

A campanha no Major

Depois de ter adicionado um novo In-Game Leader há apenas três meses, a fase de grupos foi algo atribulada para a equipa dinamarquesa que esteve muito perto de ser eliminada. No jogo inaugural, a Astralis foi derrotada pela GODSENT, por 16-06, em Train. Seguiram-se duas vitórias frente a OpTic e G2, por 16-12 e 16-02, respetivamente, que deixaram a equipa comandada por gla1ve a apenas uma vitória de conquistar uma vaga nos playoffs.

Contudo, uma derrota contra a SK Gaming na quarta ronda da fase de grupos colocou a Astralis entre a espada e a parede. Os dinamarqueses precisavam de ganhar na última ronda se queriam seguir em frente na competição, porque caso contrário eram eliminados.

Na ronda decisiva, a Astralis entrou decidida a vencer e dominou por completo a Liquid, numa partida que foi disputada em Mirage. Os dinamarques conseguiram uma vitória avassaladora por 16-03, com Nicolai “device” Reedtz em destaque com 29 abates.

Com um recorde de três vitórias e duas derrotas na fase de grupos, a Astralis avançou para os playoffs onde iria defrontar uma das maiores candidatas ao título, a Natus Vincere, que estava invicta nesta competição. Os dinamarquesas entraram bem na série e venceram Overpass, por 16-07, colocando-se em vantagem. Numa partida bastante renhida, a NAVI venceu o Mirage, pela margem mínima 14-16. No mapa decisivo, Dust2, uma performance exímia a CT garantiu à Astralis a vitória por 16-12 e a passagem às meias-finais.

A um BO3 da final, gla1ve e companhia precisavam de derrotar a fnatic para chegar à Grande Final. Os suecos escolheram Cache para arrancar esta série. Numa partida onde as 30 rondas não foram suficientes para encontrar o vencedor, a Astralis acabou por ser superior no prolongamento e conquistou a vitória por 19-16. Esta vitória deixou o elenco dinamarquês mais tranquilo, uma vez que se seguia um dos mapas onde estavam mais confortáveis, Nuke. Neste mapa, a fnatic não conseguiu impôr o seu jogo e acabou derrotada por 16-05.

O embate final

A Virtus.pro era a oponente da Grande Final, e o que separava a Astralis do tão desejado troféu.

Os polacos estavam sem conquistar um Major desde 2014, altura em que se sagraram campeões da ESL Major Series One Katowice 2014. Assim, com muito vontade de voltar a vencer um dos maiores torneios anuais de CS:GO, a Virtus.Pro arrancou a série em grande e venceu o primeiro mapa, Nuke, por 12-16. A Astralis não baixou os braços e na sua map pick, Overpass, conquistaram uma vitória muito suada, com o marcador a assinalar 16-14.

Assim, a decisão de quem se iria sagrar campeão do ELEAGUE Major Atlanta 2017 ficou adiada para o Train. A atacar este mapa, a Virtus.pro colocou-se em vantagem, e terminou a primeira parte na frente do marcador, 06-09. Contudo, os dinamarqueses mostraram toda a sua resiliência e conseguiram a reviravolta no marcador, dominando a segunda parte deste confronto, e selando a partida com uma vitória pela margem mínima, 16-14.

Kjaerbye esteve a um grande nível durante todo o torneio, tendo sido uma peça fulcral na Grande Final e acabou por ser considerado o melhor jogador desta competição.

O domínio da Astralis

A conquista da ELEAGUE Major Atlanta 2017 marcou o início de uma era em que a Astralis se assumiu como uma das melhores equipas de sempre no FPS da VALVE. A equipa dinamarquesa mudou a meta do jogo, inovou taticamente e apresentou-se a um grande nível de uma forma consistente, o que levou à conquista de diversos troféus, dos quais se destacam

A Astralis conta com quatro torneios Majors conquistados e é, atualmente, a organização que conta com mais Majors conquistados na história do Counter-Strike, seguindo-se a fnatic com três.

Para além de todas as competições conquistadas pela Astralis, a equipa dinamarquesa conseguiu ainda um dos maiores registos a vencer consecutivamente em LAN. O elenco comandado por gla1ve conseguiu 31 vitórias consecutivas a jogar Nuke em LAN.

Será a Astralis capaz de vencer o Major em 2023?

Depois de ter dominado o cenário competitivo durante vários anos, a Astralis passou por uma fase de instabilidade competitiva, que começou com gla1ve e Andreas “Xyp9x” Højsleth a abandonarem o lineup ativo e a colocarem baixa médica. A organização contratou Jakob “JUGi” Hansen inicialmente, mais tarde adicionou também Patrick “es3tag” Hansen ao elenco. Pouco tempo depois, decidiram despedir-se de JUGi e adicionar Lucas “Bubzkji” Andersen.

Em outubro de 2020, gla1ve e Xyp9x regressaram ao lineup ativo, e a Cloud9 contratou es3tag. A instabilidade de jogadores não ficou por aqui, porque mais tarde dev1ce, Peter “dupreeh” Rasmussen e Emil “Magisk” Reif abandonaram este lineup, colocando um ponto final no elenco que alcançou grandes feitos.

Philip “Lucky” Ewald, Kristian “k0nfig” Wienecke, Benjamin “blameF” Bremer e Asger “farlig” Jensen também foram contratados entre 2021 e 2022, mas, apenas blameF conseguiu vingar e mantém-se atualmente ao serviço desta equipa.

Para esta temporada, Xyp9x, gla1ve e blameF continuam a representar a Astralis, que promoveu o regresso de device e contratou a jovem promessa dinamarquesa Christian “Buzz” Andersen.

Depois de um período de grande instabilidade em termos de lineup e de performance, a Astralis espera que este lineup volte a colocar a organização no topo do Counter-Strike mundial, mas será este elenco capaz de o conseguir? A verdade é que o ano está a começar e no primeiro evento, a BLAST Premier Spring Groups, a equipa conseguiu apurar-se para as finais de primavera.

Curiosidade: fox ficou no pódio do ELEAGUE Major Atlanta 2017

O ELEAGUE Major Atlanta 2017 contou com um atleta português em prova, Ricardo “fox” Pacheco. O jogador deu stand-in pela SK Gaming, que estava reduzida a quatro elementos, depois de Lincoln “fnx” Lau ter sido colocado no banco.

O AWPer ajudou a equipa brasileira a alcançar a 3ª/4ª posição neste torneio, tendo sido derrotada pela Virtus.Pro nas meias-finais por 2-0. fox contribuiu bastante para a boa prestação da SK Gaming neste torneio, ao alcançar um rating de 1.10.

Após a SK Gaming ter sido eliminada, o capitão Gabriel “FalleN” Toledo fez vénias ao elemento português, demonstrando apreço pelo trabalho desenvolvido pelo mesmo enquanto stand-in.

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