O FRAGlíder conversou com Miguel “rlz” Martins da Arroz no passado sábado, em seguimento da vitória na primeira temporada do Valorant Campeonato de Elite contra a sua antiga equipa.

A Arroz e RESET viajaram a Lisboa para disputar a final da liga portuguesa de Valorant. As duas equipas encontraram-se na Esports Arena da Teleperformance, sendo a primeira competição a ser disputada no espaço.

A grande final foi a segunda vez que as duas equipas se encontraram nos playoffs do VCE. Da primeira vez, a Arroz venceu por 2-1, garantindo lugar na grande final primeiro.

No Bo5 presencial de sábado, a RESET entrou com o pé direito ao vencer o Bind por 13-8. Não conseguiram voltar a pontuar na série, a equipa de rlz colocando-se em match point com vitórias 13-6 e 135 no Icebox e Breeze, respetivamente. O Fracture acabou por ir a prolongamento, onde a Arroz venceu por 4-1.

Com essa vitória, a Arroz conquistou a maior fatia dos 10.000€ em oferta e negaram à RESET a dobradinha. Em maio, a equipa de Carlos “k0mpa” Nunes ganhou a VCE Cup #1 e confirmou, na altura, as intenções de ir atrás da dobradinha.

Pouco depois da vitória, o FRAGlíder conversou com Miguel “rlz” Martins, que tem desempenhado principalmente o papel de duelista, sobre o jogo e primeiro título no Valorant.

rlz, jogador do VCE pelos Arroz
rlz foi o melhor jogador no servidor na final, com 253 ACS.

FRAGlíder: Da última vez que a Arroz escolheu Bind, não funcionou tão bem e perderam 17-15. Na altura, falámos com o Bati e o k0mpa e ambos disseram que esse mapa determinou a série. O que levou a esta escolha desta vez?
rlz:
Nós estávamos muito confiantes no mapa, tanto que estávamos a dar 5-1. O Bati teve dois problemas no teclado em duas rondas decisivas. No 5-0, quando perdemos a primeira ronda, ele teve um problema no teclado. No 5-2 igual, ele teve um problema no teclado e perdemos assim as duas rondas. Eles começaram a defender bem, adaptaram-se ao nosso estilo de jogo também. A defender começámos a ganhar, ganhámos o pistol e ficou 7-6, se não me engano. Ganhámos o force, ficou 8-6, e estávamos 5v3 na ronda seguinte. Só que jogámos muito mal, eles foram contacto Short, e eu fui greedy e quis ir para a bomba, matar a bomba. Não matei a bomba, perdi a ronda. Eles depois meteram muitos clutches a atacar. Jogaram bem no ataque do Bind, e foi isso o mapa.

E o qual foi o maior fator hoje que levou à derrota?
Foram os clutches mesmo. No Bind acho que sim, totalmente.

Obviamente o vosso ataque no Icebox foi impecável. Mas a ver deste lado, o sentimento foi que deixaram escorregar muitas rondas na primeira metade do Icebox que se calhar deviam ter sido vossas. Onde é que encontraram maiores dificuldades a defender contra a RESET?
A defender o problema foi: estamos a dar 4-1 se não me engano — ou algo do género — e há duas calls seguidas que são: eles têm ultimate do KAY/O e o Bati disse: ‘eles vão A, 100%.’ O que é acontece? Na primeira ronda, o Zino estava a ver a orb do A do Generator e depois não tem tempo para ir embora. Ele falha o tiro de Operator, recua para trás da parede do Phoenix e morre atrás da parede. A segunda ronda que eles têm o ultimate do KAY/O eles vão A outra vez, o Bati trolla, sai do Spike site, deixa lá o David sozinho literalmente, porque o Bati tinha ultimate e perdemos essa ronda. O jogo ficou reunido aí. Depois a atacar, sinceramente já tínhamos o ataque muito bem estudado: o que é que eles iam fazer, o que é que nós íamos fazer e correu tudo como tínhamos planeado.

Fala-me um bocado do Breeze. Os vossos jogos passados aqui contra a RESET não foram assim tão fáceis. Aqui, começam com um 7-0, e acabam a ganhar 13-5.
Esta semana passada que treinamos, Breeze foi o mapa que treinamos mais. Tínhamos ideia de jogo de, literalmente, o que íamos fazer do início ao fim, do que é que eles faziam do início ao fim. E foi isso que nos ganhou o mapa, sinceramente. Nós tentamos estudar o que é que eles iam fazer apesar de ser um bocado random. Eles na teoria não treinam. O k0mpa bem disse que teve umas horas no servidor a ver isto e aquilo mas nunca podiam mudar muito. Nós lemos bem o jogo deles, executámos bem o nosso estilo de jogo no Breeze e correu ótimo para a nossa parte.

Como é que aguentaram para levar o Fracture a overtime?
Temos muito boa mentalidade. Já no Bo3 online tivemos muito boa mentalidade, sempre, o jogo todo. Estávamos sempre a recuperar de resultados muito bons para a parte deles. Com boa mentalidade, ronda a ronda, vai-se ganhando ronda a ronda. O David sacou duas rondas, uma para ir a overtime e uma no overtime em que mata três. Foi assim que caiu para a nossa parte. Nós tivemos boa leitura de jogo no final do jogo já, quando estava 12-9, 12-10 e 12-11 tivemos boa leitura. Eu também assumi um bocado as calls nessas duas rondas, o Bati deixou literalmente. Eu disse que ia assumir, ele não se importou. Tive uma boa leitura de jogo, apanhamos o Cypher duas vezes seguidas de spam na mão, na câmara, ou o que fosse e calhou para a nossa parte.

Tu especificamente não estavas presente na VCE Cup pelos Arroz, mas qual é o sabor desta vitória e deste troféu?
É um sabor muito bom e apesar de ser contra eles, são meus amigos mas faz parte. Dentro do servidor é dentro do servidor. Não dá para ganharmos as duas partes, é a realidade, mas ainda bem que ganhámos nós. Eu tive a oportunidade de entrar na equipa quando fiquei free agent. Quando saí de Espanha, o Bati já tinha falado comigo. Eu aceitei sem pensar duas vezes, eu ia mudar de role até e não mudei de role derivado à saída do Tomás. Quando o Tomás saiu, eu passei para duelista e fomos buscar um smoker.