O Fraglíder encontra-se presente na Exponor em Matosinhos para fazer a cobertura total das finais da TPGO a decorrer na Comic Con. Após o jogo entre os Panthers e os Hexagone em que o capitão dos Hexagone teve de observar e sofrer pelos seus companheiros enquanto assistia de fora, fomos conversar com Manuel "Born" Valente sobre como viu o jogo na qualidade de espetador, as vantagens que vencer dois BO1s seguidos conferem ao primeiro finalista deste torneio e também sobre outros temas como a equipa e o desgaste que a mesma têm sofrido.


Antes de mais, quero agradecer-lhe – mesmo que tivesse feito 0-30, era de se agradecer na mesma.
Fraglíder: Born, não pudeste hoje ajudar a tua equipa aqui no primeiro jogo dos Hexagone a contar para a fase final da TPGO, tendo chegado posteriormente ao início da partida e observado de fora desde momentos iniciais da partida. O jogo voltou a complicar para a vossa equipa no train mas acabaram por fechar a partida tal como tinham feito em Bilbau. Estando a observar de fora, em algum momento pensaste que o jogo já vos tinha fugido das mãos?

Born: Foi um jogo muito idêntico ao que tivemos em Bilbau e, tal como em Espanha, os Panthers jogaram bem – houve muitos erros da nossa parte e também dos Panthers. Se tivéssemos perdido, teria sido por culpa própria e mesmo a derrota dos Panthers pode ser atríbuida por culpa deles e não mérito nosso.

Fraglíder: Vocês foram buscar para standin nesta partida o zAvY que veio substítuir-te. Que achaste da performance dele ao longo do jogo? Deu para preencher a vaga deixada por ti?

Born: Antes de mais, quero agradecer-lhe – mesmo que tivesse feito 0-30, era de se agradecer na mesma – só o facto dele ter vindo já é muito bom mesmo. No lado CT, não vou mentir que o jogador deixou um bocado a desejar mas ele não tem culpa nenhuma, é difícil de se adaptar. Já no lado T ele fez mais do que bem o papel dele, apenas no lado CT houve algumas rondas que abriram pelo lado dele mas lá está, para standin ele fez bem o trabalho dele.

Fraglíder: Um jogo que provavelmente não acompanhaste mas que certamente já estarás a par do resultado foi a autêntica maratona que decorreu de manhã entre Alientech e Defs, com a equipa dos AT a escapar com a sua vida num 22:19 em cobblestone. Estavas à espera que os Alientech já fossem ter dificuldades desde cedo num jogo tão apertado que poderia muito bem atirá-los desde já para a Lower Bracket da TPGO?

Born: Não estava à espera, principalmente com os Defs a jogar com o PNR. Não é uma questão de ser melhor ou pior jogador do que os jogadores que o antecederam, mas precisamente por cobblestone não ser o mapa dele. Joguei com ele e fui capitão dele durante muito tempo e cobblestone não é o forte dele. Pelo que o gax me disse, ainda perderam 3 ecos durante o jogo – realmente o cobblestone é um mapa que se deve banir contra os defs, ainda por cima num jogo à melhor de um mapa. Os Alientech são a melhor equipa Portuguesa, há quem diga que até Ibérica são, mas mesmo que tenhas confiança, acho que não há necessidade nenhuma de deixar o cobblestone na map pool desta partida.

 


É muito desgastante, estivemos nas duas ligas durante a sua duração de meses, chegamos aqui já muito cansados.

Fraglíder: Falando em mapas, também vocês contra a equipa dos Panthers decidiram repetir a dose e foram reeditar o jogo à melhor de 1 mapa em train, onde já tinham jogado em Bilbau. Os Panthers são uma equipa bastante confortável nesse mapa, jogaram-no em 4 de 5 partidas realizadas em Espanha e sempre com bons resultados, contra vocês, contra os MAD Lions e contra os KPI. Porquê repetir o train? Foi uma questão tática ou uma questão de confiança e mostrar que a vitória em Bilbau não aconteceu por mero acaso?

Born: Honestamente, eu falei com o stadodo por causa do veto e disse-lhe para virar para o mesmo porque os Panthers – conheço-os a todos, uns mais e outros menos mas joguei com eles muito tempo – tudo o que seja mapas de mix – mirage e cache não convém deixar como mapa, não existe necessidade. Train, se eu estivesse a jogar em vez do zAvY e o nosso lado CT fosse mais forte, não chegavam a um resultado tão próximo.

É verdade que jogaram muito train em Espanha mas acho que a nossa equipa foi a quem eles meterem menos rondas se não estou em erro. Eu não tenho medo do train dos Panthers, penso que foi mais uma questão de demérito nosso no lado CT – não sendo a culpa do ZaVy como já tinha dito, temos mesmo que trabalhar o nosso CT no train.

Fraglíder: Em Bilbau, já tínhamos enfrentado o renatoohaxx com a seguinte possibilidade. Segundo lugar na Moche LPGO, segundo lugar na Superliga BITZER. Acreditas que é desta que vocês podem ambicionar o título e o tão desejado primeiro lugar tendo em conta a concorrència que apanham aqui, como por exemplo os Alientech?

Born: O que eu sinto nesta fase final quanto a esta equipa é que apesar de estarmos muito fortes, talvez o melhor que alguma vez estivémos, começa a haver desgaste – muitas LANs, muitas competições e vocês sabem disso, também estão em todas as competições Portuguesas e até em Bilbau estiveram. É muito desgastante, estivemos nas duas ligas durante a sua duração de meses, chegamos aqui já muito cansados mas também não é desculpa, os Alientech também sofrem com isso. Se me perguntam se consigo ganhar, acho que sim que é possível desde que não se cometa os mesmos erros que aconteceram na final da LGW ou até mesmo na Final de Penafiel.

Temos que entrar bem no jogo, ao entrar bem numa final acredito que conseguímos ganhar a mesma, sendo o outro finalista Alientech ou até Sharks. Por fruto das distrações, acabamos sempre por largar desde logo um mapa – está cinquenta cinquenta mas depois entramos desconcentrados, perdemos um lado que nos obriga a procurar uma reviravolta improvável.

 


Ganhar um mapa e darem-te outro de graça na final, acho que não – é algo demais para ser sincero.

Fraglíder: Considerando que este formato aplicado na TPGO é uma cópia a papel químico do formato que encontraram na fase final da LPGO e tendo em conta que vocês mais logo defrontam os Alientech num jogo à melhor de 1 mapa para decidir quem passa já para a grande final de Domingo, é um facto que o vencedor irá levar um mapa de vantagem na bagagem para a Final. Achas justo que exista um mapa de vantagem na final BO5 para a equipa que vem da Winners Bracket e que só precisa de ganhar 2 BO1s para ter acesso a essa vantagem, que acaba por influenciar bastante o desfecho de uma final?

Born: Pegando nos Alientech na LPGO, com dois mapas vencidos eles já estavam na final e com um mapa de vantagem à espera do seu adversário. Se ganharmos daqui a pouco aos Alientech e garantirmos um mapa de vantagem, vou ficar super feliz mas se pensarmos bem, é um BO1 que conta por dois, se vences esse mapa ficas com outro para a tua equipa na final. Eu concordo com a vantagem para quem vem da Winners mas ganhar um mapa e darem-te outro de graça na final, acho que não – é algo demais para ser sincero.

Eu percebo que existe a questão dos horários, etc mas também não é dos piores formatos, em Bilbau nós vimos o que vimos, mas este 2 em 1 é algo que não favorece muito o torneio em si.

Fraglíder: Achas que faria mais sentido, por exemplo, retirar o mapa de vantagem a quem vem da Winners e dar-lhes bastantes preferências do que diz respeito ao Veto, jogando-se potencialmente 5 mapas na mesma? Era na tua opinião um formato mais justo e apelativo para a grande final?

Born: Concordo convosco, é como foi dito. É um jogo à melhor de um mapa que até pode pender para nós, mas se pensarmos bem está muita coisa em jogo para ser decidida simplesmente por um único mapa.

Fraglíder: Muito obrigado pelo tempo dispendido e boa sorte para o vosso embate frente aos Alientech.