O segundo e último dia da Moche TPGO abriu com o jogo entre Hexagone e Panthers para decidir quem ia à grande final onde já aguardavam os Alientech por oponente. Num jogo muito bem disputado e que levou ambas as equipas a dar o máximo de si, acabaram os Panthers por sucumbir e ficar no terceiro lugar da Moche TPGO. Fomos ao encontro de João "krush" Abraão que nos falou sobre o mindset da equipa à entrada para este jogo, o que falhou aos Panthers para fechar o primeiro mapa em cache e sobre o potencial dos Hexagone surpreenderem nesta grande final.


Eu estava num jogo muito ingrato (…) as coisas acabaram por correr mal para o meu lado.
Fraglíder: Tendo em conta que és um dos pílares desta equipa com as tuas jogadas, a tua performance no primeiro mapa foi algo apagada – não conseguiste de todo entrar neste primeiro mapa apesar de teres dois colegas de equipa a fazer performances excelentes. Não conseguiste acompanhar o passo dos restantes; qual o fator que te impossibilitou de fazeres o teu jogo?

krush: Eu estava num jogo muito ingrato, eles é que estavam a fazer o jogo todo e eu a deixar, sempre a ver se eles puxavam… sempre a ver tudo. Eu não ia com eles à frente, não conseguia fazer as jogadas que costumo fazer e as coisas acabaram por correr mal para o meu lado.

Fraglíder: Perdendo a vossa map pick, vocêm iam seguir para o mapa dos Hexagone em inferno. Foi um mapa que vocês conseguiram ganhar, puseram 9-6 na primeira half e desta vez, fecharam o mapa. Depois do que aconteceu no cache, qual foi o mindset à entrada para o inferno? O que estavam a pensar quando o mapa começou e quais os índices de confiança?

krush: Nós estivemos sempre confiantes nos mapas. Sabemos que podíamos surpreender em todos os mapas, já depois do primeiro mapa o HIDDEN incentivou-nos, disse que o jogo ainda não tinha acabado e que faltavam dois mapas, que conseguíamos dar a volta. Fomos para o inferno cheios de confiança, jogamos bem e não lhes demos hipóteses.

 


Tenho de dar os parabéns à minha equipa, estou muito orgulhoso deles porque fizemos um grande torneio.

Fraglíder: Por falar em incentivo, vocês estão sempre com o coach atrás de vós que esteve bastante efusivo nas rondas ganhas pelos Panthers e a mostrar-vos o apoio que necessitavam. Qual é o impacto do dekk na vossa equipa? É apenas a nível motivacional ou também ele fornece input tático para realmente vos facilitar o jogo?

krush: Passa muito pelos dois, o dekk é nosso amigo já de algum tempo e consegue motivar-nos durante o jogo e mesmo quando estamos a precisar de uma ajuda tática, ele dá a sua opinião e ajuda – ele é parte da nossa equipa e a sua intervenção deve ser valorizada.

Fraglíder: Forçando a vitória no inferno, vocês conseguiram ir ao decider em overpass só que desta vez, o que fizeram em cache frente aos Hexagone acabaram eles por fazer aos Panthers neste mapa, uma entrada avassaladora que os colocou a ganhar por 10-1. Ainda assim, a vossa recuperação aconteceu e acabaram por conseguir disputar este mapa até às últimas, chegando quase a Overtime. Como te sentes e avalias a prestação da tua equipa no overpass?

krush: Nós começamos mal o jogo e as coisas não estavam a sair até começar a por rondas e a tornar tudo mais fluído na sua execução. Chegamos após esse início a conseguir fazer o que tinhamos a fazer de forma natural só que temos de dar mérito aos Hexagone, são excelentes jogadores com bastante experiência juntos. Tenho de dar os parabéns à minha equipa, estou muito orgulhoso deles porque fizemos um grande torneio.

 


Os Hexagone estão numa forma incrível e o potencial para surpreender nesta final está lá.

Fraglíder: Aquela ronda em que o stadodo vence o clutch de AWP para dar o matchpoint aos Hexagone de certeza que vos custou bastante ao olhar para trás. O que faltou para a ronda ser dos Panthers? Foi uma falha de comunicação ou simplesmente um rasgo de génio da parte do Renato?

krush: A nossa comunicação estava lá, nós sabíamos onde estava o stadodo e aquilo que ele podia fazer naquela posição. O problema foi que eu levei uma bala descomunal dele, não consegui fazer nada e depois ele lá ganhou no 1 para 1, lá está, são rondas que acontecem – não há modo de fugir disso.

Fraglíder: Nesta final, temos os Alientech com um mapa de vantagem. Vês os Hexagone a conseguir disputar esta final ou vão os Alientech fazer a dobradinha e juntar ao título da Moche LPGO o da TPGO?

krush: Os Alientech andam a ganhar imensos torneios em Portugal como todos sabemos mas eu acredito que os Hexagone estão numa forma incrível e o potencial para surpreender nesta final está lá.

Fraglíder: Muito obrigado krush e boa sorte para os Panthers em 2018.