Chegou ao fim o circuito competitivo nacional de CS:GO para o ano de 2017. Findada a Moche TPGO na Comic Con com a vitória dos Alientech, é tempo de olhar para trás e fazer uma avaliação do que foi o ano de 2017 em Portugal e o que pode ser melhorado no futuro.

Para nos ajudar neste aspecto, o Sr. André Gonçalves – representante em Portugal da marca ASUS e responsável com intervenção direta em muitos eventos que a comunidade de CS:GO nacional assistiu ao longo deste ano – aceitou dialogar conosco durante alguns minutos para fazer um balanço destes eventos.

Durante sensívelmente 11 minutos, discutimos também acerca da possibilidade de haver em 2018 eventos de maior escala por parte da ASUS que não estejam integrados em festivais, tocando também no modelo da marca ASUS no que diz respeito aos Esports nacionais e os seus projectos para o CS:GO.


Eu creio que todos os seguidores de CS:GO reconhecem aquilo que é o nosso esforço em trabalhar com esta comunidade.
Fraglíder: Depois da Moche LPGO, houve agora a Moche TPGO tendo ambas as competições contado com a presença da ASUS enquanto patrocinador. A vossa marca esteve este ano muito mais presente no Counter-Strike em relação a anos anteriores, tiveram o ASUS Aura Invitational, tiveram a Moche TPGO e LPGO com o vosso apoio. De onde surgiu a decisão de estarem mais envolvidos no CS:GO?

André Gonçalves: O nosso envolvimento vem desde o início, inclusive já de versões anteriores ao CS:GO. Começamos a fazer eventos para o CS quando ele se encontrava na versão 1.3 e fomos evoluindo ao longo dos anos. A nossa evolução não se alterou, o que alterou foi o tamanho da scene – se a scene aumenta, é natural que nós também aumentemos. Eu creio que todos os seguidores de CS:GO reconhecem aquilo que é o nosso esforço em trabalhar com esta comunidade e favorecer este espaço que é bastante importante para os fãs do jogo.

Fraglíder: Enquanto organizador, certamente muitas noites são mal dormidas e muita preparação é feita para que tudo esteja pronto no dia inaugural do evento – quer seja a nível de receber o público, receber os jogadores e também fazer a transmissão para quem acompanha a partir de casa.

Neste evento, houveram algumas falhas no primeiro dia, nomeadamente a nível de internet e também na configuração do servidor no overtime entre Alientech e defs. Com os problemas resolvidos, que balanço é que fazes do primeiro dia do evento? Essencialmente, o que correu bem e o que correu menos bem?

André Gonçalves: Isto é uma iniciativa que decorreu ao longo dos quatro dias, no caso da Comic Con houve um grupo de mais de 150 pessoas, grupos diferentes com métodos de trabalho diferentes e é normal que ocorram alguns problemas de interface. Foi exactamente isso que aconteceu, um problema de comunicação entre a equipa de fornecimento de Internet e a equipa que estava a gerir a transmissão mas foi algo que acabou por ser resolvido, do meu ponto de vista, rapidamente. A situação da configuração dos servidores deveu-se a um pequeno erro, descuido na configuração que também foi prontamente resolvido.

 


É importante acompanhar todas as comunidades, acompanhar as suas necessidades e evolução.

Fraglíder: Se somarmos os dois eventos, a Moche LPGO e a Moche TPGO, isto foi um projecto que vos ocupou bastantes meses. Começou ainda antes do final do trimestre passado e prolongou-se até agora, final de 2017.

Para uma iniciativa de uma escala maior em relação ao que estamos habituados em Portugal, como é que a mesma correu e qual o impacto que acham ter causado na scene nacional?

André Gonçalves: É algo em que temos vindo a trabalhar, não é propriamente algo que nos surpreenda, era expectável. Nós temos vindo a crescer em conjunto com a comunidade e não estamos, acima de tudo, a tentar atropelar nada que não seja natural para o crescimento.

Estamos a semear, estamos a cuidar e a fazer crescer aquilo em que acreditamos no que diz respeito à scene nacional de Counter-Strike: Global Offensive e de outros jogos também – é importante acompanhar todas as comunidades, acompanhar as suas necessidades e evolução.

É necessário estar sempre perto das novas tendências e aquilo que são as novas necessidades em termos de organização de equipas, organização de timings inclusivamente, organização de tipologias de evento e acho que este ano conseguimos responder muito bem aos requisitos dos jogadores, das organizações e das próprias ligas para trazer aquilo que o público quer ver, no momento certo.

Isso foi um ponto muito importante e acho que representou uma evolução muito significativa dos anos anteriores para este, perceber que há timings muito importantes para respeitar de forma a conjugar os pontos altos do público com os pontos altos da iniciativa offline.

 


Se existe a possibilidade de acontecer, existe mas não quer dizer que seja algo que estamos a procurar activamente que aconteça.

Fraglíder: Neste ano de 2017 que está a chegar ao fim, nós destacamos essencialmente cinco eventos com envolvimento direto por parte da Marca ASUS. Tivemos o ASUS Aura Invitational jogado online no início do ano, tivemos depois o qualificador online Português para o ASUS ROG Masters que culminou com uma final offline. Seguiu-se o qualificador fechado para a Moche LPGO realizado no ISMAI, a fase online da LPGO que terminou com a final four jogada no Palco ASUS na Lisboa Games Week e agora a TPGO, que depois da fase online foi jogada no Palco ASUS da Comic Con.

Olhando para os eventos offline, vemos que a maior parte deles inserem-se precisamente em eventos de maior escala e magnitude, com a ASUS a ter o seu espaço, o seu palco e a realizar lá os seus torneios. Esta decisão deve-se ao público que aqui circula mas existe espaço em 2018 para haver torneios da ASUS offline sem ser em conjunto com este tipo de eventos? Existe disponibilidade para haver um torneio de 8-16 equipas feito de forma individual sem estar conectado a outro grande evento ou em Portugal ainda não se justifica haver esse tipo de evento?

André Gonçalves: A prova que se justifica é o que aconteceu neste ano de 2017, com um qualificador para a ROG Masters a nível nacional a ter um evento em exclusivo de CS:GO a acontecer offline em Portugal.

Fraglíder: Sim, esse evento aconteceu na continuidade do qualificador online e dada a importância do mesmo – estamos a falar de um evento cuja fase final engloba prémios no valor de $250,000 – as equipas acabam obviamente por preferir disputar em LAN os jogos dada a importância. Esse torneio decorreu durante 1 dia apenas, foi montar, chegar, jogar e ir embora com os Alientech na altura a serem os vencedores, com apenas 4 equipas.

Onde queríamos chegar é saber se existe espaço para haver torneios de 2-3 dias com mais equipas sem estarem introduzidos em maiores eventos como a Lisboa Games Week e a Comic Con. É possível?

André Gonçalves: Acima de tudo, acho que as nossas parcerias são muito importantes e ganhámos todos mutuamente em estar integrados com outros eventos. Se existe a possibilidade de acontecer, existe mas não quer dizer que seja algo que estamos a procurar activamente que aconteça.

 


Vejo muitos jogadores que jogam online e que não jogam competitivamente que, com um bocadinho de organização e tempo, poderiam chegar à primeira linha.

Fraglíder: Pondo na balança os prós e contras desta primeira edição da Liga e Taça, será expectável ocorrer uma segunda edição no próximo ano. Do que nos podes revelar até agora, quais são os planos da ASUS para o Counter-Strike: Global Offensive português em 2018? Será acompanhar este crescimento da comunidade e ter mão em mais eventos ou será mais na base daquilo que foi feito em 2017 e dar seguimento ao que foi desenvolvido?

André Gonçalves: Penso que é um bocado de ambos. Podemos evoluir em alguns aspectos, ainda há passos para cumprir mas foi como disse no início, está mais relacionado com a evolução da própria comunidade e ver se esta comunidade ainda tem espaço para crescer e acompanhar essa necessidade.

O que nós conseguirmos extrair em termos de captura de atenção, captura de tempo e de espetadores será um factor importante para percebermos onde é que podemos estar mais e, dessa forma, estarmos mais próximos do público que nos interessa.

Fraglíder: Pensamentos finais. Queres deixar alguma mensagem ou avaliação do que foram os torneios da ASUS em 2017 e, em especial por nos encontrarmos na Comic Con, da TPGO?

André Gonçalves: Acho que é muito importante para muitas equipas que acreditam, ou que pelo menos não acreditam neste momento que têm espaço numa primeira liga organizar-se, treinar e rapidamente poderão estar a integrar a linha da frente. É importante perceber que o passo até ao topo em Portugal não é um passo de gigante, é um passo que se consegue fazer no dia a dia com muito treino, muita vocação e empenho.

Eu vejo muitos jogadores que jogam online e que não jogam competitivamente que, com um bocadinho de organização e tempo, poderiam chegar à primeira linha e integrar-se em equipas competitivas ou mesmo formar essas equipas, para trazer sangue novo ao CS:GO.

Fraglíder: Muito obrigado André, parabéns pela intervenção da ASUS na comunidade Portuguesa de CS:GO em 2017.