O jogo, que inicialmente surgiu como uma modificação, tornou-se uma revolução na indústria dos jogos. Neste artigo irás conhecer detalhes não tão conhecidos desta "aventura".
 
Tudo começou em meados de 1996 quando Minh Le, um programador de jogos Vietnamita naturalizado Canadense, teve o seu primeiro contacto com o Quake, um dos grandes títulos de FPS, que existiram até hoje.

Depois de analisar o poderoso SDK, um kit para desenvolvimento e modificação anexado ao Quake, rapidamente o lado criativo e aplicado do rapaz começaria a falar mais alto.

Baseando-se em operações realizadas por Fuzileiros Navais, Minh Le começou a criar o seu primeiro mod para o Quake, intitulado Navy SEALS. Nele, o jogador assume o papel de um soldado da tropa especial de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, ganhando adversários e uma série de armas que não estavam presentes na versão original do Quake, como por exemplo: pistolas com mira a laser, metralhadoras, etc.

O Navy SEALs já apresentava uma pequena parte das características do Counter-Strike.

Após o lançamento do Quake 2, Minh Le migrou para a nova plataforma e trabalhou no desenvolvimento do jogo Action Quake 2, que se parecia cada vez mais com o grande sucesso que jogamos até os dias de hoje, sendo inclusivé escolhido pela própria Id Software, produtora do jogo Quake, para integrar um pacote oficial de mods.

Action Quake 2: Alguém mais viu uma singela semelhança com o mapa cs_assault ou a poderosa Colt?

 


 E nasce o grande clássico

O tempo passou e já no quarto ano do curso de Ciências da Computação, Minh Le começou a editar conteúdo para o recém lançado Half-Life, cujo motor de construção possuia muitas semelhanças com os do Quake e Quake 2. Neste período o programador conheceu Jess Cliffe, iniciando finalmente a construção do mod que se tornaria até mesmo mais famoso do que o próprio jogo de origem, o Half-Life.

 
Minh Le à esquerda e Jess Cliffe à direita, os dois grandes responsáveis pela criação do CS.

O espiríto CS aumentou até o ponto em que Minh Le passou a dedicar-se mais ao mod do que ao seu curso universitário, hoje vemos que esta foi uma óptima decisão – pelo menos para nós jogadores. Além de trabalhar no desenvolvimento do Counter-Strike, Cliffe cedeu a sua voz para os famosos comandos de rádio que utilizamos nas partidas, conferindo ainda mais vida para o jogo.

Para o caso de não saberem, as vozes do jogo são do Cliffe!

Muitas versões beta do jogo foram lançadas até o mundo conhecer esta quase inesquecível imagem do menu inicial.

Depois de um intenso trabalho da equipa inicial de desenvolvimento, em 19 de junho de 1999 é lançado primeiro beta aberto do CS; a partir deste momento o jogo passou a ter atualizações quase semanais e a criar sua imensa legião de fãs. Após um pouco mais de 1 ano e 19 versões beta, que moldaram o jogo e removeram erros, foi lançada a versão 1.0.

Podem consultar aqui as versões, as datas das mesmas e o que foi alterado em cada actualização, AQUI.


 O início da era Valve

Já a partir da quarta versão beta a Valve, desenvolvedora do Half-Life, começou a ajudar Minh Lee no desenvolvimento do CS, observando é claro o enorme sucesso que estaria por vir. Em Agosto de 2000, com a ajuda da Valve, a grande distribuidora de jogos Sierra obteve autorização para comercializar o Counter-Strike como uma extensão do Half-Life, rentabilizando aquilo que antes era apenas um passatempo.


Ao invés de afastar os jogadores, a nova forma de distribuição consolidou de vez o Counter-Strike

A distribuição por parte da Sierra era realmente aquilo que faltava para que o CS fosse indicado como jogo do ano por centenas de revistas ao redor do mundo durante vários anos consecutivos. Com a verdadeira febre que criaram, Minh Le e Jess Cliffe foram contratados pela própria Valve para dar continuidade no desenvolvimento do Counter-Strike e de um possível sucessor, o Counter-Strike 2, que acabou sendo descontinuado.


Um jogo cada vez mais profissional

Embalada pela  febre do Counter-Strike e o alto preço cobrado pela Internet de banda larga, ocorreu a explosão de criação das LAN houses em todo o MUNDO. De repente, ir até a uma Lan house e desafiar amigos ou desconhecidos no CS tornou-se um passatempo quase obrigatório para os adolescentes, contagiando depois pessoas de várias outras faixas etárias.



O sucesso do CS não só criou impacto na indústria dos jogos como também abriu espaço para as LAN houses em todo o mundo .

Com a grande quantidade de investimentos, tanto no desenvolvimento quanto na promoção do jogo, começaram a surgir campeonatos mundiais de Counter-Strike:

  • World Cyber Games (WCG)
  • CyberAthlete Professional League (CPL)
  • World e-Sports Games (WEG)
  • Electronic Sports World Cup (ESWC)

Neste momento, jogar tornou-se realmente uma profissão com patrocinadores, prémios em dinheiro e intermináveis horas de treino para os clans.


Final nacional do torneio WCG 2010, que também trouxe Counter-Strike para os jogos mais disputados.

Novas versões

Em 15 de setembro de 2003 foi lançada a versão 1.6 do Counter-Strike, a qual se mantém até os dias atuais como segundo jogo com o maior número de jogadores da plataforma Steam, também da Valve e lançada na mesma época. Esta versão acabou por desagradar bastante os antigos jogadores pela introdução do polémico escudo para os CTs (contra terroristas), o qual os impedia de serem atingidos pela frente.
Os mesmos acabaram mesmo por ser proibidos em torneios, devido às reclamações por parte das organizações.

 

A tropa de elite do CS ganha escudos na versão 1.6 do jogo, para desgosto de  muitos jogadores.


FRAGlíder – Sempre em cima do acontecimento!

Continua no próximo capítulo 🙂

Fonte: superdownloads.com