Esta sequência de artigos tem como objetivo evidenciar três jovens jogadores que se estejam a destacar no cenário Sul Americano e que, potencialmente, possam ser os próximos craques a emergir daquela região.
A edição passada integrou B4rtin, dos Team oNe, biguzera, dos paiN e dav1d, que desde a saída do último artigo moveu-se dos Rysix para os novos CREAM da região LATAM.
dumau
Com 14 anos de idade, dumau, já se destacava dos outros jogadores ao vencer a LATAM Pro League, que funciona como uma FPL da América do Sul. Depois disso foi convidado a entrar em alguns projetos com destaque, chegando ao da Evidence onde teve maior palco para sobressair. A jornada na equipa brasileira foi curta, tendo sido convidado a entrar na nova equipa dos Imperial.
Na nova formação, dumau e os seus colegas da equipa chegaram à final da competição da CBCS Season 1 derrotando precisamente os Evidence. Este triunfo valeu uma passagem para o torneio da Starseries i-League Season 8 da Starladder onde somaram derrotas frente a Fnatic e MIBR. Os bons desempenhos de dumau chamaram a atenção de grandes clubes e foi a equipa da Yeah que venceu a corrida pelo jovem brasileiro.
Eduardo entrava assim num projeto com o seu colega de equipa iDk na companhia de tatazin, que tinha sido colocado no banco dos paiN, f4stzin que estava ligado aos Vivo Keyd e RCF que tinha deixado os Sharks há pouco tempo. A formação dos Yeah encontra-se neste momento a viver e a competir nos Estados Unidos e dumau tem conseguido performances bastante consistentes.

dumau a representar a Imperial na 1ª fase da CBCS. (Foto por CBCS)
Dead, em entrevista à MIBRTV, explicou isso mesmo, entre linhas, dizendo que os valores que as organizações brasileiras estão a pedir por jovens promessas acaba por impedir, muitas das vezes, que esses jogadores acabem a representar a MIBR.
A meu ver, por a organização dos Yeah ser detida por dead, coldzera, TACO, zews e apoka poderá facilitar essa transação, ainda que dead tenha explicado que não é bem assim uma vez que, não é do interesse de pessoas que estão fora da equipa dos MIBR que trocas de jogadores de Yeah para MIBR se façam por valores irrisórios.
O jovem dumau joga mais com as rifles, mas não tem medo de puxar de uma AWP quando necessário. O brasileiro dentro do servidor já desempenhou várias funções variando muito entre entry fragger e trader, já no lado CT, dumau jogava muitas das vezes sozinho num único bombsite.Na minha opinião, dumau tem um brilhante futuro pela frente por se ter destacado tão novo e já estar nos Estados Unidos a competir para vagas em grandes torneios internacionais, tudo isto com apenas 16 anos!
Skullz
Depois de várias passagens curtas por equipas brasileiras, entre elas YeaH e Dynamic, skullz parecia ter estabilizado ao lado dos companheiros numa mix chamada de WePlayGames. O conjunto viria a ser contratado pela EOX Gaming onde skullz apenas ficaria por um mês e meio.
As suas boas atuações chamaram a atenção de um dos tubarões do cenário local, ou neste caso dos Touros, os W7M Gaming. Desde o anúncio da organização dos W7M passou apenas um mês até ter sido anunciado o seu empréstimo para os Luminosity Gaming, substituíndo HEN1 na equipa.

Skullz teve um percurso atribulado desde o seu empréstimo à Luminosity. (Foto por Felipe Guerra)
Estatisticamente falando, skullz, nos últimos três meses, conta com 1.05 e 1.11 de rating online e em LAN respetivamente. O mesmo recorre mais continuamente às rifles do que à sniper, destacando-se também pela sua mestria com as pistolas.
Felipe é apontado como uma das promessas a competir no cenário Sul Americano e conta já com boa bagagem em equipas a competir dentro e fora do Counter-Strike local, havendo ainda um grande potencial de evolução nele.
Keznit
Isto não quer dizer que os não brasileiros aqui destacados tenham mais ou menos qualidade que os brasileiros, mas é uma oportunidade para dar a conhecer alguns nomes de jogadores que em outros cenários teriam muito mais chances de mostrar o seu valor e de vingar internacionalmente.
Sendo assim o escolhido nesta terceira edição é Angelo Mori ou keznit no Counter-Strike. O chileno começou a ficar mais conhecido numa equipa com jogadores da sua terra natal, onde, curiosamente estava dav1d, presente no artigo da edição anterior, denominada PELASFUSTANES.
Foi na formação chilena que keznit deu a conhecer o seu nome com boas exibições e números fantásticos para um jovem com apenas 17 anos de idade. O chileno foi um dos jogadores com mais ataques por parte do cenário Sul Americano com acusações de usar cheats, sem que se tenha provado nada até aos dias de hoje.
Mais tarde é anunciado como aposta da equipa dos Team Reapers, onde estava horvy na época, tendo disputado apenas um BO3 com os ceifeiros contra a Imperial a contar para a CBCS, perdendo por dois mapas a zero. À semelhança de skullz, keznit embarcava numa aventura com fim à vista e brevemente anunciado.
No regresso ao país Natal, o jovem chileno era apresentado como 5º jogador da Agressive Gaming e mais tarde jogou enquanto NOORG na WESG LATAM South 2019 onde viria a perder por 2-0 contra o conjunto da Isurus.

keznit não teve oportunidade de mostrar o seu valor no projeto dos Reapers, disputando apenas um BO3 com a equipa brasileira. (Foto por CBCS)
Nos últimos três meses, keznit conta com um rating notável de 1.27! Além disso conta com 1.40 de impact, 97.7 de adr e 0.82 de KPR. Chamado de pronet, keznit conta com 2 BO3 em LAN, terminando com um rating de 1.40 ao totalizar ambos.
É preciso ter atenção ao contexto em que estes números são realizados e, por isso mesmo, penso que seja importante que o chileno tenha a ocasião de jogar contra grandes equipas para vermos se essas estatísticas também são praticadas com equipas melhores. O jovem jogador era um dos que mais abusava da SG e representava uma percentagem total de 40.77% nas armas utilizadas nos últimos três meses.
O chileno utiliza com consistência a AK-47, mas também sabe manusear a AWP. Dentro do servidor, keznit varia em muitas das rondas o seu estilo de jogo sendo muito agressivo na maioria delas. Em todas as equipas que passou o chileno de 18 anos sempre se destacou e creio que a sua carreira é preenchida com algum azar por ainda não ter tido uma oportunidade em equipas de outro patamar.
Com a sua idade ainda vai muito a tempo de conseguir essa hipótese para mostrar o seu jogo. Keznit, sem dúvida, um dos jogadores para estarmos atentos nos próximos tempos.
Para concluir, estes são os jovens que pretendi destacar nesta terceira edição. Não é demais lembrar que a todos os jogadores escolhidos é augurado um bom futuro no que toca ao nível competitivo. Assim sendo, não é garantido que estes vinguem no cenário mundial, ainda mais na América do Sul onde oportunidades escasseiam e encontram-se inúmeros obstáculos, já referidos em edições anteriores.
O artigo revela a visão do autor, Rafael "LeafaR" Ferreira, e não do portal onde é apresentado. Todas as estatísticas presentes no artigo foram retiradas do portal HLTV.org