A SAW arrancou a campanha no torneio RMR europeu com um desaire e uma vitória este domingo. Esta segunda-feira, os portugueses avançaram para o registo de 2-1 com um triunfo sobre a fnatic. A equipa portuguesa aparece em Bucareste como um dos conjuntos mais veteranos, com uma média de idades de 28.6, mas Omar "arki" Chakkor não vê isso como uma desvantagem.

"Não sentimos nada de especial [em ser dos mais velhos] porque já faz algum tempo que somos os mais velhos por aí. Eu jogo desde 2005 e a maior parte dos jogadores do meu tempo já não jogam, ou jogam por divertimento. Eu tenho feito isto a minha vida toda, por isso estou habituado", começou por dizer o jogador espanhol, em entrevista à HLTV.

"É verdade que os jogadores estão a ficar mais novos e nós ficamos mais velhos, mas estamos no nosso melhor neste momento. Ainda aprendemos com cada jogo, cada torneio e não somos uma equipa que fica estagnada. Somos bons a adaptar-nos às mudanças das metas e não acho que seja mau", acrescentou o jogador de 32 anos.

Assim sendo, os objetivos da SAW para esta prova passam, naturalmente, pela qualificação para o Major. "O nosso objetivo é o apuramento, não importa como nem contra quem, mas sabemos que é difícil. Não falámos muito sobre isso. Fizemos o nosso trabalho e viemos para cá sabendo que começamos com alguns BO1 onde podemos surpreender. Já que não nos podemos preparar, porque os jogos são sorteados conforme os resultados, vamos jogo a jogo", disse arki.

De forma a conseguir o apuramento, a SAW terá que vencer obrigatoriamente em formato BO3 e o jogador espanhol acredita que a equipa está pronta: "Agora podemos jogar uma série contra as boas equipas. Antes era verdade que tínhamos três bons mapas, mas a outra equipa ganhava sempre a sua pick. Isso era muito mau para nós, porque perdíamos sempre um mapa e depois podíamos ganhar a nossa pick e o decider, mas agora estamos mais fortes nesse sentido. Depende muito do torneio e de quem defrontamos, mas diria que estamos no nosso melhor".

Para alguém que joga há 17 anos, a pergunta impunha-se: como é que se mantém a motivação e se adapta a tantas metas diferentes ao longo de tanto tempo? "Não sei dizer, isto é a minha vida. Não sei viver sem competir, jogo CS desde que era criança, desde o tempo em que não haviam salários e tinhas de pagar do teu bolso para ir à LAN. Tudo o que conheço é o Counter-Strike e adoro competir, por isso não perco a motivação. O mesmo se passa com os meus colegas", explicou.

O jogador espanhol é um dos mais antigos do core da SAW e esteve sempre ao lado de Ricardo "rmn" Oliveira e Christopher "MUTiRiS" Fernandes, exceto pelo curto período em que passou pelo banco de suplentes da equipa. "Já estava com o rmn e o Mut na Giants. São dois anos de SAW e mais de três com eles os dois. Quando fazes uma equipa, problemas aparecem. Às vezes resolves os problemas, outras vezes não sabes como os resolver. Quando eu fui para o banco, ninguém me queria kickar na verdade, mas chegamos a um ponto em que não sabíamos como resolver os problemas", comentou.

A entrada de Rui "vts" Soares para o lugar de treinador também foi analisada por arki: "Sabíamos que ele era bom por causa do tempo dele na SAW Academy. Ele não é muito intrusivo, não tenta forçar as suas ideias. Ajuda com o que pode e adaptou-se muito bem a nós. Ele pensa o jogo da mesma forma que nós e é muito calmo. O AIm era um pouco mais explosivo e isso causava algum conflito. Não um conflito real, estava sempre tudo bem, mas alguns momentos de pânico. Estamos felizes agora e a melhorar. Devagar, mas a melhorar, que é o que importa", afirmou.

No que toca a planos futuros, arki realçou que a equipa "tem sempre coisas para jogar, até recusamos algumas" e refletiu sobre erros do passado. "Às vezes jogámos demasiados torneios e se chegávamos longe em alguns deles, chegava ao ponto de termos apenas uma folga por mês e isso criava algum burnout. Mas estamos melhores agora", concluiu.