Desde sempre, a série Gran Turismo nos impressionou com uma série de jogos muito realistas. Na sua passagem para a Playstation 2, Gran Turismo 3, trouxe enormes benefícios a nível gráfico criando um realismo que pode ainda ser comparado com muitos dos jogos novos que saem hoje.
Gran Turismo 4 não foge a esta regra, pois consegue ser ainda mais impressionante do que o seu antecessor. Agora, com algumas funções novas e todas as outras “velhinhas” que toda a gente conhece, levou o grafismo e a experiência de jogo ao máximo.
As novidades são bastantes, e desde já se nota que a longevidade do jogo ainda será maior (para quem não achou o GT3 suficientemente grande, não vai achar o mesmo do GT4). Uma das novidades é o novo “photo mode” que nos permite tirar fotografias aos nossos bonitos carros (e sem dúvida que são bonitos) em qualquer pista, em qualquer lugar. Estas depois podem ser imprimidas, guardadas no nosso cartão de memória ou ainda guardadas em formato .jpg numa flash drive, através das portas USB da Playstation 2. Estas têm ainda uma resolução algo impressionante de 1280 x 960, bastante bom para por no nosso desktop.

O jogo conta agora com cerca de 50 pistas diferentes e mais de 80 marcas e 700 carros. As novas pistas dividem-se entre traçados já nossos conhecidos como Cote D’Azur e Laguna Seca, novos traçados urbanos reais de cidades como Paris e New York, pistas no gelo e novas pistas de rally como o lindíssimo Grand Canyon. Os carros variam desde os verdadeiros clássicos (desde o Ford Model T!), passando pelos nossos conhecidos de rally, como o Subaru Impreza até às grandes potências de hoje, como o Mercedes SL 500, entre muitos outros.

Gran Turismo 4 conta agora com duas novidades na forma de correr, já que o combustível é uma das nossas preocupações quando fazemos uma corrida. É um factor importante porque quando entramos no PIT pode não ser só para mudar de pneus (agora podemos nem sequer trocar de pneus, dada a existência de um pequeno menu que aparece enquanto entramos no PIT), e ser só para abastecer o nosso veículo. A outra novidade de certeza que toda a gente já ouviu falar, é do Nitrous Oxide, onde outros jogos como Need For Speed Underground, já usavam este tuning há muito tempo, e por isso é uma novidade na série GT. A verdade é que foi incorporado neste jogo e dá realmente uma aceleração enorme ao nosso veículo (cheguei a conseguir 460 Km/h com um Cadilac Cien ’02, bastante impressionante).

Para além de tudo isto, existe ainda o B-Spec mode, na minha opinião este modo deixa muito a desejar, basicamente mandamos um condutor AI para a pista com o nosso veículo e damos-lhe ordens sobre quando acelerar, quando ultrapassar e quando abrandar. Podemos ainda aumentar a velocidade da corrida para esta ficar 3x mais rápida. Mas é mesmo só isto, não há mais nada. Penso que é uma boa iniciativa mas precisava de ter sido um pouco mais desenvolvida.

Para além de todos os veículos disponíveis nos respectivos stands dos fabricantes, temos agora a possibilidade de comprar carros usados (alguns como novos, com menos de 10 km de uso, no entanto com preços elevadíssimos). De facto, muitos carros que se encontram nestes salões (estão divididos entre a década de 80, início da década de 90 e final da mesma) não podem ser comprados nos stands como novos. Aliás, existem ainda carros usados fantásticos por uma verdadeira pechincha, mas isso vemos mais a frente.

Temos ainda um mission mode que consiste em cumprirmos objectivos como ultrapassagens simples ou simplesmente ganhar tempo extra utilizando o “cone de ar” do veículo à nossa frente. As primeiras são algo fáceis mas as últimas já têm um nível de dificuldade muito elevado.

Outras novidades são:
– Pistas de nevegelo;
– Melhor organização da garagem de carros;
– Gráficos ainda melhores (pensavam que não era possível? :);
– Novas licenças (e mais difíceis, especialmente a Super);
– “Coffee Break”: Desafios simples entre as licenças que ajudam a relaxar;
– Nova forma mais simples de “tuning”;
– Possibilidade de transferência de 100,000 créditos e licenças já concluídas dos jogos GT3 e GT4 Prologue, respectivamente;
– B-spec mode;
– Mission mode.

Para além de todas estas novidades e surpresas, Gran Turismo 4 também traz algumas desilusões. A remoção do modo on-line tira grande parte da longevidade do jogo, algo muito esperado pelos fans mas devido a sucessivos adiamentos, este foi removido para possibilitar o lançamento do jogo.
Para além disso, a inteligência artificial dos veículos parece não ter sofrido alterações, os adversários continuam a esbarrar-se contra nós como se nós não estivéssemos lá, e o famoso “Bumper car racing” ainda funciona na perfeição. A maior parte das corridas continua a não ter um limite máximo de potência do veículo, logo o jogo consegue tornar-se bastante fácil para quem souber aproveitar-se disso.

Pode-se dizer que Gran Turismo 4 leva a Playstation 2 aos limites. Os tempos de “loading” tornaram-se um pouco longos, mal distribuídos e as animações anteriores às corridas também não ajudam em nada, podiam facilmente ter sido encurtadas.

Como já foi anunciado aqui no FRAGLíder, GT4 será uma das Master Cups na ESWC 2005, por isso é de referir que o 1º prémio são: 6000 USD (aproximadamente 6000€), para a estreia deste jogo numa competição internacional não é nada mau.

Dito isto, Gran Turismo 4 é sem dúvida mais um épico da saga Gran Turismo, em que as novas funções e modos de jogo decerto vão manter-vos ocupados durante meses. O modo on-line vai fazer muita falta mas o jogo está muito completo. Por pouco mais de 60€ podem comprá-lo e garanto-vos que vai ser uma boa compra.
Review por: André “deleety” Ferreira