GTZ volta a estar no centro das atenções no cenário dos esports em Portugal. A organização portuguesa, fundada em 2008, foi acusada publicamente de incumprimento de pagamentos por parte da ex-equipa de Valorant. O FRAGlíder contactou o CEO da GTZ Esports e o Challengers Portugal: Tempest, em ordem de entender o desenvolvimento das acusações.

Nos últimos dias, a organização portuguesa foi alvo de acusações via redes-sociais. O ex-Team Manager da equipa de Valorant, Jakub “frs” Czapran, expôs publicamente a organização e pediu a atenção da Riot e das principais entidades de Valorant para a situação. Pode ler-se na publicação que a GTZ “ainda lhes (à equipa) deve dinheiro” e que após “meio-ano de problemas” espera que “alguém resolva o assunto”. Jakub Czapran reforçou ainda que a GTZ “ameaça os jogadores e viola os termos de contrato de qualquer acordo”.

 

“A GTZ em abril sofreu uma quebra de financiamento, onde colocou em causa toda a estrutura”

 

Contactado pelo FRAGlíder, Ricardo “RYU” Saraiva, CEO da GTZ, começou por realçar o forte investimento da organização na modalidade: “A GTZ Esports enquanto clube e entidade deve um comunicado a toda a comunidade. No final do ano de 2022, a GTZ Esports fez uma aposta forte na modalidade de Valorant e com objetivos bem definidos. Um projeto ambicioso e provavelmente uma das apostas mais avultadas no panorama nacional. Consideramos que é importante que todos tenham noção que foi um alto investimento durante os dois splits”.

Sobre as questões financeiras, RYU esclareceu que a GTZ sofreu “uma quebra de financiamento”, o que levou à chegada de um acordo com os intervenientes da equipa de Valorant : “A GTZ em abril sofreu uma quebra de financiamento, onde colocou em causa toda a estrutura e fez com que tivéssemos que voltar ao mercado para financiar e cumprir o resto dos contratos ativos e responsabilidades. No caso específico de Valorant, a direção chegou a um acordo com a equipa, ficando os mesmo com o valor total dos prize pools para minimizar os atrasos de pagamento”, o CEO revelou ainda que três quartos do acordo já foram liquidados: “No dia 26 de Junho, foi assinado um acordo em que a GTZ ficou de pagar em duas partes, (uma no dia 10 de julho e outra no dia 10 de Agosto). Foi liquidado do acordo, ¾ da primeira parte, ficando ainda a faltar o restante”.

 

“Admitimos e assumimos o atraso … a GTZ Esports em momento algum se recusou a pagar”

 

Entre declarações, RYU admitiu o “atraso” nos pagamentos, mas, apesar das acusações feitas por Jakub “frs” Czapran, o CEO deixou em claro que estas não expõe a veracidade: “Admitimos e assumimos o atraso, devido às dificuldades atuais do clube, contrariamente ao que tem sido referido publicamente, em que somos acusados de não ter pago qualquer valor do acordo. Reforço que a GTZ Esports em momento algum se recusou a pagar e tem estado em contato quase diário com o manager da equipa dando todo o feedback, mantendo sempre um canal de comunicação aberto para o diálogo”, defende RYU, que vê a situação como uma oportunidade para denegrir a organização: “Estes ataques e da forma como estão a ser feitos, não têm o objetivo de reivindicar os seus direitos, pois existem vias legais para o fazer, mas sim denegrir uma entidade que está no mercado há vários anos e que que tem feito muitas apostas nos Esports em Portugal”.

 

“Não há qualquer respeito por quem fez e faz tanto pelos esports em Portugal”

 

Por fim, apelou ao respeito “por quem fez e faz tanto pelos esports em Portugal”: “Ainda com dificuldade a GTZ Esports está a pagar e assume o acordo na íntegra mesmo não conseguindo cumprir os prazos estipulados. Infelizmente a GTZ não é caso único e não há qualquer respeito por quem fez e faz tanto pelos esports em Portugal. Fica o nosso compromisso enquanto nos deixarem trabalhar, para a resolução das nossas responsabilidades, apelando ao bom senso de todos”, finalizou.

 

“Estando alerta ao decorrer do processo e preparada a agir conforme a sua resolução”

 

Em ordem de entender o desenvolvimento das acusações, o FRAGlíder contactou também o Challengers Portugal: Tempest. A organização da competição revelou que “conduziu uma investigação à GTZ Esports relativamente aos incumprimentos contratuais”. Segundo as declarações, a mesma encontra-se em atividade desde o “final do Split 1”: “Desde que foi reportada a primeira situação de alegado incumprimento, após o final do Split 1 da presente temporada, que a organização do Challengers Portugal: Tempest interveio, de forma diligente e por meios oficiosos, com vista a apurar todos os factos de modo imparcial e, ao longo de todo o processo, mediar uma resolução entre ambas as partes visadas”, começou por dizer a organização.

Posteriormente, a organização do Challengers Portugal: Tempest revelou estar ciente do acordo entre a GTZ e os jogadores e está atenta a um eventual incumprimento do mesmo: “Neste processo de mediação foi alcançado um acordo entre ambas as partes com vista à resolução dos incumprimentos contratuais e prevendo sanções por parte da organização em caso de incumprimento do atual acordo, que ainda se encontra em vigor. A organização do Challengers Portugal: Tempest mantém-se em contacto com ambas as partes, estando alerta ao decorrer do processo e preparada a agir conforme a sua resolução”, defendeu.

Ainda nesta tarde de segunda-feira, a organização do Challengers Portugal: Tempest emitiu um comunicado relativo à situação patente. Tal como as declarações proferidas ao FRAGlíder, a organização escreve que se encontra em “alerta” e “preparada” para agir conforme a sua resolução.

 

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Ainda sem conclusões, esta é uma história com ainda vários capítulos em desenvolvimento. Recorde-se que, em junho, a organização foi confrontada com problemas semelhantes.