Com as mais recentes declarações polémicas, Leo Faria, Diretor de Esports de VALORANT, sentiu a indignação por parte da comunidade. Nas redes-sociais, o Diretor de Esports escreveu que não acredita no profissionalismo do Tier2 competitivo e o descontentamento instalou-se.

Entre declarações, Leo Faria explicou que o Tier2 “existe para desenvolver talento e para criar um caminho para o profissional“. Com naturalidade, vários intervenientes reagiram e mostraram a indignação com o Diretor de Esports do FPS da Riot. Este tweet, entretanto apagado por Leo Faria, ganhou relevância com a partilha de Sebastian “Sebe” Kruft, treinador dos CGN Esports. O alemão refutou as palavras do Diretor de Esports e deixou uma visão esclarecedora.

“Muito desanimador ler isto de um oficial da Riot. Acredito que o tier2 já deveria ser um local profissional. Tu não podes passar de amador para tier1. O tier2 precisa de ser manter por conta própria e precisa também de um suporte integral para alcançar o tier1. Se não for sustentável, morrerá”, escreveu.

“Por favor, deixem as pessoas competir”

Rapidamente surgiu a resposta da comunidade e, após a polémica, vários responsáveis do jogo reagiram às declarações. Entre eles surgiu o comentário de Lucas Rojo, treinador da Case Esports. O espanhol pediu a oportunidade de ser treinador a full time e alertou para as dificuldades monetárias: “Eu só quero ser capaz de ser treinador a full time mesmo que no tier2. Ser treinador é a minha paixão mas para a maior parte das pessoas não paga as contas. Como é que é suposto o tier2 ser sobre evoluir e provar o valor se nem somos capazes de comer. Expliquem-me como é que vai ser sustentável se só há cinco meses de competição? Mr.Leo Faria, maior parte dos jogadores acabam a temporada em cinco meses e depois ficam sem vencimentos por mais sete meses no ano”, rematou o treinador espanhol, antes de comparar as realidades do VALORANT em relação a outros cenários competitivos.

“Em 2016, no League of Legends, tivemos cinco LANS em Espanha. Agora, em tier2, tivemos apenas duas e apenas o finalista passa à próxima fase. Neste momento, há mais eventos em LAN no Tier3 do que no Tier2, expliquem-me como é que isso é possível. A única coisa que pedimos é mais investimento por parte da Riot, toda a gente parece muito desconectada com o Tier2. É assim que acontece no CS, muitos torneios, muitas organizações”.

Lucas Rojo pediu prevenção para que não se perca talento no cenário: “Quero ver os jogadores a prosperarem, mas eles precisam de ganhar a vida com isso, pelo menos os que têm potencial. Assim como treinadores, como devo ensinar alguém se tenho de trabalhar em período integral?”, perguntou.

Por fim, o treinador da Case sublinhou que para haver um futuro no cenário, é necessário que se resolva muito coisa em 2024: “Toda esta situação é triste e espero que se resolva para 2024. Não é difícil colocar mais alguns torneios, simplesmente não é. Façam a temporada mais longa, por exemplo. Por favor, deixem as pessoas competir”.

 

“Nós ouvimos e temos um plano!”

Contudo, após as várias reações ao sucedido, Leo Faria voltou a escrever sobre o assunto. O Diretor de Esports de VALORANT revelou que a entidade percebeu o descontentamento e está a trabalhar para oferecer mais oportunidades às equipas.

Quero que saibam que vos ouvimos e temos um plano! Sustentabilidade é apenas um desafio. Estamos a implementar algumas mudanças no próximo ano, incluindo uma revisão completa do calendário e oferecendo mais oportunidades para as equipas competirem”, escreveu Leo Faria via Twitter.

Após o comunicado, voltaram a surgir novamente comentários de vários intervenientes do fps da Riot. A resposta mais reincidente é direcionada para a prova que as equipas de Tier2 estão aptas o suficiente para competir lado a lado com as equipas de Tier1. Ludwig, criador alemão direcionado para VALORANT, lançou a realização de um torneio que envolvesse equipas de ambos os tiers, com o objetivo de provar que há equipas de tier2 melhores que muitas de tier1.

Leo Faria respondeu e deixou em aberto a realização do mesmo, escrevendo que é uma nova oportunidade para as equipas subirem até ao topo.

Ainda dentro desta thread, Marc-Andre “NiSMO” Tayar, jogador canadiano da M80, pediu a realização de um torneio semelhante ao promovido por Ludwig. O atleta de 29 anos diz que “as equipas de tier2 vão mostrar ao mundo que conseguem bater as equipas do franchise“.

 

Agora, resta-nos esperar pelas conclusões retiradas pela Riot Games e Leo Faria. A empresa prometeu uma mudança e a comunidade está atenta aos próximos desenvolvimentos.