Gustavo “Juve” Alexandre é o homem do momento no Counter-Strike português. O treinador luso garantiu o apuramento para o BLAST.tv Paris Major 2023 com a Into the Breach e prestou as primeiras declarações sobre o feito ao FRAGlíder.

Confere as declarações na íntegra:

Sobre o jogo de apuramento contra B8: “No dia anterior, quando fizemos os vetos na nossa cabeça, haviam duas possibilidades. Uma seria Ancient, Inferno e Vertigo ou então Mirage, Ancient e Vertigo. Acabou por ser a segunda, porque eles baniram-nos Inferno e não quisemos escolher Overpass. Sabíamos que o Ancient ia ser muito duro. Conseguimos o 7-8 a CT e isso para nós foi um alívio, porque normalmente passamos mal no CT side. Conseguimos as sete rondinhas depois de um começo tremido, em que pedimos logo uma pausa e falamos logo do que estávamos a fazer mal. A terrorista senti que estivemos bem no controlo do jogo, apesar de ter ficado 16-13. Houve clutches e coisas do género, mas senti que estivemos sempre a saber o que precisávamos de fazer”.

“No Mirage, estávamos à espera de fazer um bom mapa. Tínhamos destruído os Virtus.pro a atacar no dia anterior e estávamos confortáveis. Tivemos 8-7 a atacar e expusemos as falhas deles, mas no CT side já tínhamos tremido com os VP e voltámos a tremer com eles. A equipa não estava confortável, apesar de termos chegado aos match points. Senti que o ânimo da equipa foi abaixo, sentiu-se na comunicação a partir daquele 1v3 do rinkle. Fomos a prolongamento e eu já tinha ficado sem pausas, não consegui acalmar a equipa”.

“Mal o jogo acabou, a primeira coisa que disse aos jogadores foi para terem calma, porque sabíamos que podíamos ter ganho o Mirage e íamos ganhar o Vertigo. Só tiveram que manter a calma. Fizemos o plano de jogo normal para Vertigo, entramos com a mentalidade certa e conseguimos o 9-6 a defender. A terrorista correu tudo bem. Os B8 estão a jogar muito bem e sabíamos que ia ser duro”.

O balanço do RMR: “Já termos passado ao RMR foi um feito enorme para uma equipa com três semanas. Termos passado o qualificador aberto e o fechado foi enorme. Chegando aqui, toda a gente nos meteu como a pior equipa ou a segunda pior equipa, só com os Viperio atrás de nós. Toda a gente esperava que ficássemos 0-3 e houve até quem dissesse que se jogasse contra nós que nos ganhavam. Acho que as pessoas não têm noção que às vezes, a jogar a um nível destes, as equipas tier 3 também têm a sua oportunidade. É BO1, não estão habituados a jogar contra nós e o fosso nunca é assim tão grande. Obviamente que os melhores jogadores estão em NAVI e FaZe, mas o fosso nunca é assim tão grande. Nós também disparamos, também temos as nossas ideias. Tudo bem que eles são melhores, mas não são invencíveis. Contra os NAVI conseguimos ir a duplo prolongamento, mas a realidade é que também podíamos ter perdido 16-5 ou 16-4. Se não metíamos o force depois do pistol, o jogo acabava ali. Aquilo foi a prolongamento porque ganhámos o ímpeto por causa de uma flash deles que lhes deu cabo da ronda. Contra os Sprout já sabíamos que éramos mais capazes de lhes ganhar, já tínhamos jogado há três semanas com eles. Fizemos o plano, sabíamos que íamos jogar Vertigo e foi um mapa tranquilo. O jogo com os VP foi assustador porque sabíamos que íamos jogar Mirage. Eles estavam à espera que fôssemos ao Inferno quase de certeza por causa do resultado com NAVI, mas banimos logo em primeiro lugar e forçámos o Mirage. Entrámos bem, fizemos um bom T side e o plano de jogo correu bem. Acho que acima de tudo o que fizemos melhor foi preparar bem os jogos usando o que temos e não nos focando muito na outra equipa. Usamos o que tínhamos, o que queríamos fazer e focados em nós”.

O bom ambiente como chave: “Acima de tudo quero referir o ambiente da equipa. Posso dizer que ganhámos muitas rondas por causa do aim e do ambiente da equipa, porque taticamente não temos assim muita coisa. Nós passámos por causa do ambiente e da qualidade individual dos jogadores. Para mim o mais importante é o ambiente de uma equipa, porque se for bom, tudo se resolve. Podes ter os melhores jogadores e as melhores táticas do Mundo, mas se não tiveres um bom ambiente, mais vale deitares tudo ao lixo”.

Com a presença em Paris garantida, Juve vai ser o terceiro português a participar no maior torneio da história do Counter-Strike.