Após vários anos sem lançar software exclusivo (o navegador Netscape 7 era derivado de outro programa), a Netscape, que já foi a maior concorrente da Microsoft no mercado de navegadores (mas acabou esmagada pela rival), começou a distribuir um novo produto. Ao contrário do que seu nome pode sugerir, o Netscape Desktop Navigator não é um navegador tradicional, mas um software de pesquisa integrado ao motor de pesquisa Google.
O programa, que é gratuito e pode ser copiado em navigator.netscape.com/preview/ (224 Kbytes), traz nove opções de pesquisa, mas várias delas, como a Movie Showtimes – horários de sessões de cinema -, que só têm relevância nos Estados Unidos.
Dependendo do tipo de pesquisa que se pretende realizar, o Netscape Desktop Navigator exibirá os resultados abrindo uma janela do navegador instalado no seu computador, o que não é bom. O programa deveria ser auto-suficiente.
Além disso, a pesquisa por mapas é limitada aos Estados Unidos – algo difícil de justificar, uma vez que o site usado para fazer a pesquisa (Mapquest.com) cobre dezenas de outros países.
De modo geral, o programa é fraco, bem inferior a concorrentes como o Copernic, por exemplo (www.copernic.com), mas a volta da Netscape ao desenvolvimento de programas é relevante.
Em 1994, a empresa controlava 87% do mercado de navegadores. Após uma ofensiva da Microsoft, que passou a embutir o Internet Explorer no sistema operativo Windows, presente em mais de 90% dos PCs, a Netscape viu a sua parcela de mercado cair para 2,5% no ano passado.
O caso levou o governo dos EUA a processar a Microsoft por concorrência desleal, mas a empresa de Bill Gates conseguiu fazer acordos judiciais.