O sueco Martin “Rekkles” Larsson abriu o livro sobre os problemas que enfrentou na G2 e sobre o que se pode seguir na sua carreira. Numa transmissão em direto no seu canal de Twitch (mais tarde o excerto foi partilhado no canal de YouTube do atleta), o jogador de 26 anos abordou tudo o que aconteceu na sua carreira após a saída da fnatic.
O AD Carry sueco recorreu a um bloco de notas para dividir a reflexão por partes e o primeiro assunto que quis discutir com os seus espetadores foi o que tem vindo a acontecer desde a saída da fnatic. “Foi um erro“, atirou de imediato. Mas não terá sido o único. “Mais dois erros aconteceram nessa off-season. O primeiro foi não ter um agente e ter feito tudo sozinho. O segundo foi, por causa disso, ter assinado um contrato de m*rda [com a G2]“.
G2 baixou buyout quando já não haviam opções
Depois de cinco anos ao serviço da fnatic, Martin Larsson assinou contrato com a G2 em novembro de 2020. No entanto, Rekkles representou a organização durante apenas uma temporada, com os maus resultados e o falhanço no apuramento para os Worlds 2021 a ditarem uma reestruturação da equipa que atirou o sueco para o banco de suplentes, em outubro de 2021.
“Quando a G2 me colocou no banco, o meu primeiro instinto foi ficar na organização acontecesse o que acontecesse”, revelou. No entanto, as coisas rapidamente mudaram: “Perguntei se podia ser substituto e disseram que não. Perguntei se podia lutar pelo meu lugar e disseram que não”. “Acho isto interessante porque vi que o Jankos fez as mesmas questões. Não sei qual foi a resposta, mas presumo que tenha sido igual”, acrescentou o sueco. De recordar que o jungler Marcin “Jankos” Jankowski abandonou recentemente a organização.
Perante tal cenário, Rekkles ficou sem outra opção senão mudar de equipa. Mas também aí existiram problemas: “A G2 pôs um buyout demasiado grande e só aceitou baixá-lo quando já todas as equipas de LEC tinham contratado um AD Carry”. “Fiquei com duas opções: ou aceitava o que considerava ser a melhor equipa assim que a LEC deixou de ser uma opção, no caso a Karmine Corp, ou ficava no banco”.
A situação contratual na G2 tornou a segunda opção inviável, já que a permanência no banco implicava receber apenas 6% do salário. A outra guerra a ser travada era a questão do buyout. Na altura, o à data CEO da organização, Carlos “ocelote” Rodríguez, terá pedido 1,5 milhões de euros por Rekkles, um valor que considerou “abaixo do valor de mercado” do jogador.
“Basicamente, se eu ficasse no banco, não poderia fazer nada e não ia receber praticamente dinheiro nenhum. O contrato que assinei era uma porcaria, daí eu achar que cometi erros em deixar a fnatic e em não ter um agente. Se tivesse, tinha assinado um contrato em condições. Na minha mente, tinha de sair da G2 não importava como. A única coisa a fazer era olhar ao que era melhor fora da LEC e, na minha mente, era a KCorp”, analisou o atleta.
Rekkles de volta à estaca zero e a considerar um novo role
Rekkles seguiu então para a Karmine Corp, mas um ano depois, o ciclo volta a repetir-se: “Mesmo assim eu não fui barato. Quando digo que a G2 baixou o buyout, ele ainda assim era considerável ao ponto de ser um problema ainda hoje, um ano mais tarde. Estou sob contrato novamente e a KCorp quer reaver agora o dinheiro que pagou por mim no ano passado. Estou novamente numa situação de buyout e o dinheiro que tem circulado na Europa e na América durante os últimos dois, três anos tem sido demasiado para a indústria. As organizações não estão a reaver o dinheiro que têm pago por jogadores. Chegámos a um ponto em que está tudo fora de controlo”.
No fim de contas, Rekkles resumiu a situação: “Estou este ano a pagar ainda o preço da situação da G2”. O sueco afirmou que tem novamente várias opções em cima da mesa, mas volta a estar numa situação que envolve um buyout. Uma coisa o AD Carry deixou garantida: “A KCorp não chegou à LEC e eu quero ir para a LEC, portanto estou a explorar as minhas opções e, na verdade, tenho várias opções novamente, mas o buyout ainda é alto devido aos tempos da G2 e é neste ponto que estamos agora”.
Para além de tudo isto, Martin Larsson abordou as notícias sobre uma eventual mudança para support e mostrou-se recetivo, mesmo que isso não altere nada em relação à cláusula de rescisão que possui. “O buyout é o mesmo, mas cheguei a um ponto da minha carreira onde acho que posso oferecer mais do que jogar apenas em silêncio como AD Carry”.
É nesse sentido que surge a posição de support na equação: “Acho que posso procurar uma equipa como support. Tenho o conhecimento do jogo para isso, acho que até é uma das melhores coisas mesmo como AD Carry, o meu conhecimento do jogo. Se existe algum role onde eu possa jogar é support, porque joguei ao lado de um durante 12 anos e entendo muito bem o que tenho que fazer para ganhar. É uma transição mais fácil do que ir para o mid, o top ou a jungle”, concluiu.