O seguimento da adrenalina alcançada em NFSU já está ao nosso alcance, e chegou com ESTILO. Muitas expectativas foram criadas para a sucessão do jogo que mereceu lugar na ultima WCG, daí que esta review possa dizer o que podem esperar do jogo.

Ainda antes de iniciar o jogo ia sentindo um crescendo de excitação dentro de mim, já mal podia esperar para fazer-me à estrada a mais de 200 km/h; entretanto reparei que a inicial advertência para os perigos e a consciencialização da condução segura separando o real do virtual, ao contrário de ser uma filmagem real, se apresenta como imagens virtuais ao som de uma doce voz, que mais tarde, se viria a perceber que esta nova versão aposta mais numa história aos quadradinhos. Em seguida, a introdução apresenta uma ligeira vista da cidade em que vamos “assapar” – Bayview – e do natural estilo caracterizador do street racing – drag. Esta não está má, mas fica uns pontos atrás da sua antecessora.

Deparo-me então com um novíssimo menu: simples, visualmente bastante apelativo, e com um som calmo e relaxante (a um estilo mais underground). Como não quis desperdiçar mais tempo comecei logo o modo “career” o qual por uma animação nos faz relembrar a storyline do antecessor, que remonta a 6 meses atrás, enquanto reconhecemos a voz da doce Samantha o elemento visual explica-nos então o nosso motivo de viajarmos para Bayview. Uma vez lá, temos o nosso primeiro contacto com 2 pares de rodas e com os restantes “componentes” que nos vão acompanhar no jogo. Há muitas novidades no jogo, de forma a tornar este mais empolgante, real, e de certa forma, para nos familiarizarmos com o ambiente de jogo. Inicialmente são-nos mostradas duas novidades no jogo: o SMS (Short Mensage System), e o mini-map, que se vão revelar bastante úteis e essenciais, para além de contribuir para a inserção no ambiente obscuro da cidade e na história do jogo. Notamos também a existência de uma seta direccional sobre o carro que nos indica a direcção a escolher para chegarmos a determinado destino, que, não é nada mais que o GPS em funcionamento. Este pode ser activado ou desactivado através do mapa da cidade (outra novidade in-game, mostrando-nos de uma vista superior todo o panorama de jogo, bem como a localização de provas, da garagem, etc.). Desde o momento em que arrancamos com um poderoso bólide, notamos uma semelhança para com o estilo de jogo de GTA, estamos por nossa conta numa cidade em que podemos explorar à vontade, só não há é peões!

Os metros vão passando a grande velocidade quando verificamos que para além do tráfego existente na cidade: não estamos sozinhos! Existem outros street racers a vaguear pela cidade à espera de sentirmos a necessidade de elevar a adrenalina ali e agora , e o objectivo é simples: ganhar uma vantagem de 300 metros sobre o adversário. Esta é uma novidade excelente que faz com que o jogo tenha um bom ganho em termos de horas de jogo, pois é bem possível que numa corrida em que vale tudo se possam passar sem grande esforço uns 10 minutos, apenas para se obter os míseros dollars. O nível de adrenalina é alta neste tipo de disputa que me faz lembrar, sem dúvida, TER (Tokyo Extreme Racing), embora nada contribua para o modo career. Este sim, continua com os aspectos essenciais, e algumas novidades. Circuit, Sprint, Drag, e Drift continuam lá, e salienta-se agora a inclusão de Street X (Cross) e da URL (Underground Racing League). A ingressar em qualquer uma das quatro provas que transitaram do jogo anterior para este, nota-se a diferença em Drag, de 1 milha para 2 de puro ownage, e em Drift a prova é agora efectuada com a presença dos 3 adversários em pista provando qual deles o melhor. Circuit e Sprint apresentam-se sem novidades, e com uma contrapartida: os sinais direccionais vermelhos que pouco encontrávamos (ou transpúnhamos na primeira versão) são agora rígidos. Este aspecto torna-se um ponto negativo visto no meio de uma cidade real não existirem até qualquer indicação, mas a necessidade de eles existirem não os torna necessariamente rígidos, embora o tráfego os atravesse como se nada fosse. Quanto à prova de Street X temos oportunidade de em pistas de drift ou muito similares, de competir também com 3 adversários presentes, onde o primeiro a completar número x de voltas ganha. O ambiente é similar ao de Drift mas a palavra chave é fazer “colar” o carro ao asfalto, para ganhar vantagem, onde ganha o mais astucioso. Underground Racing League, é aqui que residem os melhores pilotos da cidade, bem como o nosso objectivo de chegar ao topo. Todo o suor e adrenalina que deixamos com as nossas vitórias nos outros tipos de desafios são a chave de entrada para a URL, e é aqui que temos de visar. Contratos com sponsors vão aparecer e temos o pretexto para o sucesso.

Jogabilidade

Desde a primeira vez em que pegamos num verdadeiro bólide até momentos depois o trocar por uma “lata” standard, denota-se que a condução é, substancialmente, mais realista e que necessita de alguma prática para perfeito domínio. Sente-se, agora, muito melhor todas as escapadelas de trajectória que o carro efectua quando se perde o controlo do mesmo, e claro, que nem todas, ou grande parte, conseguem ser controladas. A condução a altas velocidades está agora bem alucinante, e a devida insegurança de circular a mais de 180 km/h sente-se como se estivéssemos a guiar o próprio carro. Neste ponto a condução sofreu uma forte variação, para melhor, levando assim a emoção a um ponto mais alto e a sensação de condução a um ponto mais realista. Cada movimento feito com o volante tem repercussões na trajectória do veículo e na sua estabilidade. Para ajudar houve uma significativa melhoria no que respeita a oscilações da câmara visual e do efeito motion blur, e Light trails, que traduzem ainda melhor no seu conjunto total de factores a condução a velocidades alucinantes. Trespassar agora entre veículos do trânsito regular pode tornar-se complicado pois em muitas situações apertadas pode tornar-se um verdadeiro pesadelo. As oscilações da câmara visual tem uma importância tremenda quando se avalia a insegurança da condução; explicando melhor, transitar a uma velocidade de 200 km/h numa estrada aberta e larga não é o mesmo que o fazer a poucos metros de uma parede ou “rail”, aí as oscilações são maiores e conseguem transmitir-nos insegurança e uma certa tensão. No final, chega-nos até nós uma melhor percepção do que nos rodeia, o que nos faz sentir a tensão aquando estamos numa competição. Para adicionar, a condução a velocidades moderadas também sofreu alteração; com uma cidade para explorar temos de utilizar velocidades mais terrenas e aqui também se notam grandes diferenças. O comportamento do carro já não é tão estável em comparação com NFSU e não tão previsível o seu comportamento e, portanto, não tão fácil de controlar, dá agora mais gozo conduzir dentro da cidade; era necessária esta mudança visto que temos de percorrer muitas vezes certos caminhos em que simplesmente não se atinge certas velocidades.

Grafismo

Neste aspecto há vários factores a ter em conta. O grafismo do jogo no geral não se apresenta melhor que o antecessor, sendo em alguns locais, bem inferiores, o que pode revelar falta de empenho por parte da EA, ou que pode ter uma explicação simples: o facto de não quererem sobrecarregar demasiado o jogo, para que seja fiel, espectacular, sem necessitar de sucessivos loads ao conteúdo, uma vez a jogar dentro da cidade. Várias “quebras” de qualidade podem ser observadas junto das entradas para as “shops” onde formamos o nosso menino. Bem a contradizer estão certas localizações que por vezes nos passam despercebidas, estou a falar junto da rotunda das fontes em que sem duvida o pormenor gráfico de tudo em redor foi cuidadosamente aprumado. Como já disse, no geral o jogo não se apresenta melhor graficamente, mas tem algumas inovações a nível do motion blur e light trails, que sem dúvida, se já estavam excelentes, estão ainda melhor. O pormenor de numa situação em que estamos a perder o controlo do carro o light trails presenteia-nos com uma espectacular visão das luzes de faróis de carros em sentido contrário, ou dos não menos brilhantes efeitos dos reflectores de estrada. Para melhorar o que já está bom, uma novidadenas opções gráficas: o enhanced contrast. Esta opção pode estar mesmo “off” por default dependendo do nível de detalhe escolhido, mas sem dúvida que a considero essencial ao inserir-nos num ambiente mais real, obscuro; numa palavra: Undergorund.

Apreciação Crítica

O jogo está diferente, mas sem perder as suas linhas do anterior (como não poderia deixar de ser). A formula mágica prometida pela EA de levar o jogo a um novo patamar, e deste ser jogado numa cidade totalmente à nossa mercê merece nota “quase” máxima. Apesar desta introdução ter sido fundamental não posso deixar de criticar a sua proximidade para com outro jogo. O mini-map é fundamental, mas é também uma autentica cópia! Os picanços que podemos efectuar na cidade com qualquer outro street racer é uma grande vantagem como já foi referido, embora envergamos novamente para uma falta de originalidade.

Deixando certos aspectos de jogo, a próxima palavra vai para as 2 milhas de Drag: decepção! Não corresponde às expectativas, sendo a maioria das pistas bem irregulares quanto à direcção, o que faz o carro corresponder com grande instabilidade, desnecessária… A straight line, pode entender-se quase extinta, o que se torna frustrante, e o skill não é tão determinante pois agora a sorte entra muito mais.

Um aspecto positivo, e até certo ponto hilariante, é a presença dos adversários em Drift. Desta forma temos a possibilidade de ver o que eles são capazes, e torna mais interessante este tipo de desafio.

A introdução de uma área respeitante à afinação do carro está excelente, e foi muito bem introduzida. Dá para testar agora o nosso veículo o quanto quisermos e puxar por ele numa pista totalmente só para nós.

Já em seguimento do jogo anterior, é a mínima utilização do rato, o qual responde muito mal aos movimentos impingidos. Uma lástima quando não se entende o porquê da situação…

Conclusão

O jogo está óptimo, embora a primeira impressão que este nos deixa pode não ser a esperada. Mais posteriormente o jogo fala por si. O enredo da história está bem patente e merece boa nota.
O jogo tem mais horas de jogo, mesmo posteriormente de acabarmos o modo career. A introdução da possibilidade de jogar em lan merece palmas e faz real a possibilidade do jogo avançar num meio competitivo.

O maior leque de carros, e a sua variedade como modelos é mais um ponto a favor, como também o facto de termos mais possibilidades para nos exprimirmos no nosso menino e estes ficarem mais vistosos.

Algo que deixa muito a desejar é a banda sonora, apesar de traduzir um ambiente mais obscuro não nos faz vibrar nem cantar. Há apenas poucos dedos a contar em respeito às músicas bem introduzidas.

Ao estilo final:

Jogabilidade: 19
Grafismo: 16
Novidades introduzidas: 17
Originalidade: 11
Banda sonora: 12
Longevidade: 16

Nota Global: 16

Configuração mínima:

Pentium III 933 MHz;
128 MB de RAM;
1GB de HD;
Placa de Vídeo com 32MB de RAM,
DirectX 9.

Mais Screenshots.

Review por Marco “Ha|f” Silva