Amanhã inicia-se mais uma temporada da Master League Portugal. O mercado de Verão deu azo a várias trocas e a equipa que venceu a temporada passada não vai alinhar. A redação do Fraglíder compilou aqueles que achamos ser os 5 aspectos a reter para a temporada que se avizinha com muitas emoções até ao levantar da taça. Como sempre podes acompanhar a cobertura da competição aqui.

OFFSET como favorita

É inegável: OFFSET tem de ser encarada como a favorita para levantar a taça. Os homens de Diogo "snapy" Rodrigues não estiveram muito longe de o fazer na anterior – e logo contra a melhor equipa portuguesa – e começaram mesmo por vencer o primeiro mapa da grande final. Depois, no entanto, e apesar de terem dado luta, a SAW acabou por sair por cima.

A verdade é que desta vez não há SAW pelo caminho – há SAW, mas representada pela sua equipa de academia. Repare-se: se Christopher "MUTiRiS" Fernandes estivessem presentes nesta temporada, a OFFSET não deixava de ser uma das principais candidatas a chegar à grande final e até ao título. Sem SAW, então tem de ser vista como a favorita.

A garra de Ricardo "fox" Pacheco sempre foi um forte pilar do jogo desta equipa, mas desta vez o veterano português não vai estar ao lado da OFFSET. Ainda assim, como se devem recordar, o também experiente Rajohn "EasTor" Gregory é quem agora toma as rédeas da AWP, um papel que o espanhol representa de forma exemplar.

Aliás, os últimos tempos da OFFSET parecem mostrar que esta equipa está numa boa forma. Recentemente, vimos o clube de Braga a vencer aos suecos da Young Ninjas, por exemplo, ou aos polacos da AVEZ. E nesta MLP, podemos dizer que os adversários são inferiores – embora, claro, jogos dentro de portas sejam sempre desafiantes.

Olhando para o grupo da OFFSET, este inclui N2E, GTZ Bulls e FTW. O primeiro jogo destes fortes candidatos ao título é contra N2E e não deve ser um desafio muito difícil (mesmo tendo em conta que a N2E assustou a OFFSET no jogo de abertura da temporada anterior). Uma GTZ Bulls poderá ter algo a dizer, mas, mesmo que eventualmente vença aos homens de azul, estes últimos devem chegar à final four sem qualquer problema. Depois, resta saber se o favoritismo se confirma.

SAW defende título com academia

Com o emblema SAW, os homens de Christopher "MUTiRiS" Fernandes já levantaram duas taças de Master League Portugal, incluindo a mais recente. Esta temporada, no entanto, os veteranos portugueses não vão estar presentes – quem vai representar o clube é a equipa de academia anunciada em agosto.

Na altura do anúncio da SAW Youngsters, Bruno "Marinhas" Marinheiro havia justificado a decisão no facto de a equipa querer virar o foco “para o cenário internacional”. Nessa altura, o manager de CS:GO disse também que acredita nesta aposta nos mais jovens e que estes vão “dar tudo para representar o nome SAW”.


SAW Youngsters têm a missão de revalidar o título.

A verdade é que esta academia tem mostrado que tem, de facto, algo para dar ao cenário. Suportada por talentos como José "shr" Gil ou Miguel "LucKyMaNN" Mota, a SAW Youngsters encontra-se com um registo de 7-3 na ESEA Main à data de publicação, e até mostrou um nível particularmente interessante na fase regional do Elisa Invitational Fall.

Ainda assim, defender o título da maior competição de CS nacional é altamente desafiante, como vimos no caso da Baecon na temporada transata. O jogo inaugural para esta equipa será contra Rhyno e, caso vençam, essa eventual vitória poderá dar o fôlego necessário para, pelo menos, passar a fase de grupos.

O talento dos indivíduos desta equipa não se questiona, mas será que têm o que é preciso para surpreender dentro de portas? É uma pergunta que queremos ver respondida nesta MLP, mas de um pormenor temos certeza: estes jovens vão estar cheios de vontade de representar o símbolo da SAW da melhor forma possível.

A presença espanhola

As duas equipas compostas por elementos espanhóis são as equipas que conseguiram um lugar nesta competição graças à boa prestação que tiveram no qualificador fechado. Por um lado, falamos sobre a Velox, que está de volta à MLP com um roster renovado. Por outro, temos o caso da GTZ Bulls, equipa que conta com alguns elementos da ex-Iberian Family.

O desafio que a Velox terá pela frente é particularmente difícil. Esta equipa espanhola e argentina encontra-se no grupo A, que conta com SAW Youngsters, Rhyno e eXploit. O primeiro jogo será contra eXploit, que só por si poderá mostrar o que a Velox será ou não capaz fazer nesta MLP.


Slaxx tem encontrado algum sucesso junto do talento espanhol.
 

Apesar de a passagem de grupos nesta primeira fase parecer uma tarefa hercúlea, o coletivo pode ter o que é preciso para chegar aos playoffs da competição – afinal, poderá conseguir fazê-lo através do shoot-out e do play-in. Uma coisa é certa, no entanto: a Velox vai ter de suar muito para eventualmente atingir esse lugar.

No caso da GTZ Bulls, a história é outra. Ao lado dos portugueses António "Slaxx" Mota e Simão "Stepa" Stepanov, este projeto não só parece ter aquilo que é preciso para passar o grupo, como também para chegar longe no torneio, e esta previsão parte da performance que a equipa tem apresentado cá dentro e lá fora – por cá, por exemplo, conseguiu a qualificação para a 10ª ESL Masters España.

Com For The Win a precisar de encontrar um substituto para João "story" Vieira à última da hora, a GTZ Bulls pode facilmente passar à próxima fase sem ter de ir ao shoot-out ou ao play-in, dado que as outras equipas do grupo incluem N2E. O talento individual e coletivo está lá, mas, ainda assim, só o tempo dirá o quão longe é que este projeto ibérico conseguirá chegar.

eXploit e Rhyno com novas caras

As duas organizações portuguesas entraram no mercado de verão com o objetivo de renovar o seu plantel de Counter-Strike: Global Offensive e atacar as competições de cara lavada.

A eXploit viu João “PLAT” Ferreira e Pedro “whatz” Amaro abandonar o projeto e, para colmatar as vagas, o clube contratou André “Ag1L” Gil e fez Paulo “pr” Silva regressar à competição.

Já a organização dos rinocerontes teve uma revolução mais profunda. Daniel “psh” Alves e Diogo “ditrip” Encarnação foram os únicos elementos que transitaram para a nova temporada.

O mercado deu a oportunidade de Diogo “Icarus” Cruz regressar a uma casa que já conhece, e chegou acompanhado de Miguel “sark” Diogo e Diogo “JAEPE” Fernandes. Um trio de jovens jogadores que já contam com alguma experiência no circuito Master League Portugal.


Psh acredita num bom resultado da sua equipa.
 

As duas equipas partilham o grupo A com a organização campeã, a SAW, que vai a jogo com a academia, e ainda a Velox. Sem um claro favorito ao primeiro lugar, o regresso de Paulo Silva e a aposta em Ag1L pode pagar dividendos ao emblema da eXploit, que está na corrida para a vaga direta na fase final.

Em declarações à MLP, Daniel Alves não quer colocar uma pressão extra em cima do lineup e diz “Temos de olhar jogo a jogo” e acredita que vão fazer uma boa temporada. Na temporada passada a Rhyno esteve a uma partida de chegar à fase final, mas acabou cair no Play-in, frente à eXploit. Veremos como será desta vez.

FTW e N2E como underdogs

Das oito equipas presentes nesta oitava temporada de MLP, For The Win e Native2Empire têm de ser vistas como as menos favoritas. Mas atenção: isto é o que diz o papel, a prática pode perfeitamente ser outra.

No caso da For The Win, é particularmente relevante o facto de ter perdido o seu AWPer João "story" Vieira e de, à data de publicação, ainda não ter anunciado o substituto que a irá acompanhar nesta competição. Isto significa que a FTW entra em campo sem muito tempo de preparação e, na realidade, sem jogos oficiais ao lado do eventual novo nome.

É claro que não se pode descurar o poder de nomes como Michel "ewjerkz" Magalhães e Diogo "DDias" Dias, por exemplo, mas parece difícil que esta equipa chegue longe. Ainda assim, os olhos vão estar todos postos no confronto de abertura, contra GTZ Bulls, que poderá ser o indicador necessário para percebermos a capacidade deste clube neste torneio.

Também no grupo B está a N2E, uma das grandes amostras da temporada anterior: começou por triunfar num qualificador aberto e chegou bem longe, concretamente à final four, em parte graças à liderança trazida pelo experiente capitão João "watsoN" Freitas.

No entanto, desta feita a equipa está a jogar com José "MISK" Rangel e sem aquela que foi uma das suas peças-chave na sétima temporada, Miguel "LucKyMaNN" Mota, que agora veste a camisola da SAW Youngsters. Mostrar um bom nível nesta edição parece uma tarefa bem árdua para a N2E, mas verdade seja dita: também o era na temporada anterior.