Localizada na Arábia Saudita, em dezembro de 2017, nasceu a Falcons Esports. Inicialmente noutras modalidades, foram necessários três anos para que esta fizesse a sua estreia no Counter-Strike.

À data de hoje, não se fala da outra organização senão esta. Tal como nos desportos tradicionais – futebol à cabeça – o dinheiro saudita tem atraído os melhores e maiores profissionais para o país. Mas será que acontecerá o mesmo nos esports?

Depois de vários lineup falhados, a Falcons tem agora um objetivo: montar uma super-equipa. O dinheiro não é, de todo, um problema para a organização, ao contrário do que tem acontecido com as outras.

Dos milhões até ao Major

No último episódio do podcast HLTV Confirmed, Mossad “Msdossary” Aldossary, CEO da Falcons, assumiu o objetivo de conquistar um Major nos próximos três anos. Demasiado ambicioso ou há espaço para isso?

A ambição pode ser uma virtude, mas também um grande mal. Neste caso em específico, e com Danny “zonic” Sørensen a liderar o lineup, há margem para trabalhar nesse sentido, ainda que seja uma tarefa hercúlea.

Ao seu lado terá ainda Lars Christian Robl, performance coach, que trabalhou consigo no projeto francês. Juntos, e com o exemplo do que alcançaram anteriormente, parecem ter as bases necessárias para construir um futuro na Arábia Saudita.

O técnico avisou que é necessário tempo para montar uma equipa vencedora, tal como aconteceu nos seus projetos de Astralis e Vitality. Mas com tanta capacidade financeira, o dinamarquês pode, praticamente, escolher a dedo os seus jogadores.

O crescimento no meio da crise

As organizações de esports ultrapassam uma fase complicada. O cenário norte-americano parece estar afundado numa grave crise financeira, com a Evil Geniuses prestes a abandonar o Counter-Strike

Mas não é caso único. A iminente aquisição da FaZe por parte da GameSquare, empresa detentora da Complexity, também deixa várias incertezas quanto ao futuro da organização. Recorde-se que o facto de serem detidas pela mesma empresa gera conflitos de interesse e poderá fazer com que não possam participar juntas em torneios da Valve, como é o caso dos Majors.

De acordo com os rumores, espera-se que o lineup se separe, com alguns jogadores a serem apontados a transferências. Como tal, não seria nada estranho ver a organização saudita aproveitar este momento para ir “pescar” à equipa que entrou com tudo no Counter-Strike 2. Depois de falhar a contratação de Nikola “NiK0” Kovač, decerto que Danny “zonic” Sørensen continua à procura de um rifler do seu nível.

Na Europa, a situação não é diferente. Uma das organizações que mais brilhou nas últimas temporadas, também se encontra numa situação financeira muito débil. Falamos da Heroic que está sob pressão, necessitando urgentemente de uma injeção de capital.

Quem poderá aproveitar-se disto é a Falcons. Casper “cadiaN” Møller parece cada vez mais perto da Liquid, enquanto Martin “stavn” Lund e Jakob “jabbi” Nygaard já assinaram pela Astralis. Por outro lado, René “TeSeS” Madsen e Rasmus “sjuush” Beck, ao verem todos os seus companheiros partirem, poderão querer mudar de ares. Caso surja proposta, dificilmente veríamos a organização dinamarquesa rejeitar.

As opções no mercado

O mercado de Counter-Strike está um autêntico pandemónio e só vai acalmar quando Falcons tiver o lineup fechado. Até lá, todos são alvos. Após ter perdido a chance de contratar Ilya “m0NESY” Osipov, tudo indica que os olhos estão postos em Dmitriy “sh1ro” Sokolov e Alvaro “SunPayus” Garcia.

Além de Mohammad “BOROS” Malhas, a organização já terá garantido os serviços de Emil “Magisk” Reif e intensifica a perseguição a Marco ⁠Snappi⁠ Pfeiffer. Caso feche com estes dois, ficam a faltar outros tantos para fechar o lineup.

Um dos grandes nomes do cenário, Oleksandr “s1mple” Kostyliev, parece querer mudar de pouso e poderá ser uma opção. Casper “cadiaN” Møller também parece estar perto de assinar pela Liquid, mas quem sabe se os milhões sauditas não lhe fazem mudar de ideias.

Como já referido anteriormente, a dupla da Heroic poderá ser uma opção, principalmente pela necessidade urgente da organização ver entrar dinheiro. Contudo, nesta fase, o dinheiro poderá não ser tudo.

A poucos meses do primeiro Major de Counter-Strike 2, muitas das equipas não estarão interessadas em vender, uma vez que poderão perder a sua vaga na prova. Posto isto, será sempre mais fácil comprar em equipas que estejam em revolução, como é o caso da formação dinamarquesa, ou então em equipas já consolidadas, que não percam a sua vaga ao ver sair um jogador.

Ainda assim, todos são alvos. Quando existe tamanha capacidade financeira, o facto de ter contrato ou estar livre no mercado, não passa de um mero detalhe. Há uma panóplia de escolhas, quase como uma criança na fila dos brinquedos do supermercado.